A confirmação do nome do vereador Ednaldo Lima (PMDB) como o indicado à sucessão do prefeito Julio Lossio (PMDB) pode ter aberto feridas profundas.

As insatisfações de Orlando Tolentino e Coronel Leite, principalmente, podem não ser bem digeridas por eles e pelos amigos que acreditam no potencial dos dois ex-secretários.

O prefeito Julio Lossio pode ter cometido o mesmo pecado mortal do PSB em Petrolina: não estancar logo a sangria e deixar o time se esvaindo em possibilidades e em sangue por um longo período.

A decisão, quase na data limite, pode não deixar tempo hábil de se lamber e curar feridas. Todos têm sonhos, projetos, objetivos e aspirações. Quando o prefeito escolheu Edinaldo rejeitou os demais, por duro que possa parecer.

Caberá ainda a Ednaldo auxiliar Lossio no jogo de convencimento ao time, de que ele foi realmente a escolha certa. Precisará exercitar a paciência e humildade porque sabe que precisa da tropa. Exército sem gana e tesão não ganha guerra.

Ednaldo sabe também que entrou no radar dos demais candidatos e terá que engrossar o couro para as críticas, provocações e denúncias que aumentarão tanto por sua gestão quanto a do programa Minha Casa Minha Vida, tão bem explorado por Lossio e por ele próprio. Tanto que foi catapultado à condição de pré-candidato pela exposição dos contratos do programa do governo federal (que a prefeitura, aliás, insiste em chamar de ‘seu’).

Agora, os opositores de Ednaldo Lima também cobrarão com mais vigor as investigações, que já estão em curso, de favorecimentos até do próprio Ednaldo a familiares e cabos eleitorais.

Como a pancadaria vai ser intensa, o vereador/pré-candidato vai precisar provar que está pronto para os embates e experimentar, agora como muito mais força, a frase que vive ouvindo no cancioneiro nordestino: “Quem não pode com o pote não segura na rodilha”.