Leitor critica obra do Ministério da Integração “feita sem nenhum estudo” em Orocó

por Carlos Britto // 11 de fevereiro de 2014 às 11:36

barragem orocóO represamento de um trecho do Rio São Francisco no município de Orocó (PE), no Sertão do estado, é motivo de preocupação do leitor Luís Pedreira Simões de Almeida.

Neste artigo enviado ao Blog, ele alerta as autoridades públicas para a questão e tece duras críticas ao Ministério da Integração Nacional (MIN), que teria feito a obra “sem nenhum estudo” e “à revelia da população”. Confiram:

Produtores rurais da localidade Mata de São José, município de Orocó, situados as margens do rio São Francisco, distantes tão somente 400 metros de onde será a retirada das águas para suprir o canal da Transposição do rio São Francisco, encontram-se muito preocupados e fazem uma alerta a toda sociedade, e na oportunidade pedem explicações ao Ministério da Integração Nacional ao que se refere às intervenções brutais já construídas no rio, para a tomada de águas para o canal da Transposição.

O Ministério da Integração já construiu duas paredes de pedras que adentram o rio e fazem um barramento das suas águas, que causará danos ambientais irreversíveis as margens do rio. Uma dessas paredes é gigantesca. A mesma sai do nível do solo, se estende ao longo do canal de captação e termina dentro do rio. Essa parede fechou completamente o canal de lagoas que escoava as águas do rio nas enchentes, enchentes essas que eram motivo de muita alegria. Quando o rio baixava, as lagoas ficavam repletas de peixes e posteriormente se utilizava as margens de terras férteis para plantações, sendo período de muita fartura para toda comunidade.

Essa parede, por estar muito alta, ao nível mais alto da margem do rio, aterroriza os agricultores por saberem que qualquer enchente que houver fará um represamento das águas, que subirão de nível, e as propriedades que estão muito próximas do canal, com suas terras baixas e, por estarem interligadas por canais de lagoas, serão inundadas e as consequências serão de muita destruição, pois essas propriedades exploram vários tipos de fruteiras, que são culturas de longo prazo e ficam expostas a enchentes.

Com a construção dessa parede teremos inundações maiores e mais duradouras. O Ministério da Integração, sem nenhuma explicação ou comunicado, como também imaginamos que não haja nenhum estudo de topografia dos terrenos adjacentes ao canal, constrói essas intervenções criminosas à revelia de toda comunidade ribeirinha.

Luís Pedreira Simões de Almeida/Leitor

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