Juazeiro: Enfermeira acusa promotor de entrar armado em hospital e agredi-la

por Carlos Britto // 06 de janeiro de 2017 às 15:08

Um promotor de Justiça da cidade de Remanso (norte da Bahia), Rafael Rocha, é acusado de adentrar o Hospital Pró-Matre, em Juazeiro, sacar uma arma e exigir o prontuário de um paciente internado na unidade. De acordo com a coordenadora de Enfermagem do hospital, Cristine Coelho, o caso aconteceu pouco antes das 17h da tarde de quinta-feira (5).

Acompanhado de outros dois rapazes, que também se identificaram como funcionários da promotoria, Rocha se encaminhou ao setor de Cristina, onde exigiu que ela lhe entregasse o documento médico. Como a divulgação de prontuários sem autorização da família ou ordem judicial é proibida por lei, a coordenadora se negou a lhe entregar o prontuário. Ele, então, sacou uma arma e ameaçou prendê-la. “Ele primeiro queria saber algumas coisas sobre a transferência de pacientes, eu informei, então ele tirou um relatório e pediu informações sobre um determinado paciente. Eu fui buscar as informações, voltei, falei que o paciente não tinha solicitação de transferência. Ele exigiu o prontuário e disse que eu seria presa se não entregasse”, relata a coordenadora, em entrevista ao Bahia Notícias.

Cristine conta que toda a situação durou cerca de uma hora e meia com Rocha exaltado, aos gritos e xingando-a. Os dois rapazes que o acompanhavam não se envolveram na discussão, mas um deles saiu para chamar a polícia a mando do promotor. “Eu fiquei na minha porque sabia que estava fazendo o certo, mas ele me pegou pelo braço, ficou agitando, apontando a arma para mim”, ressalta a chefe do setor, que já trabalha na unidade há seis anos.

Com o braço roxo devido aos fortes apertos que recebeu, Cristine já realizou exame de corpo de delito e vai prestar queixa na Delegacia da Mulher. Ela conta ainda que quando a polícia chegou ao local para escoltá-la, a agressão já havia ocorrido e eles nada fizeram a respeito.

Direção do hospital

Os diretores do hospital também foram chamados a fim de apartar a confusão e, após mais discussões com o promotor, o hospital liberou um relatório de evolução pessoal do paciente, o que fez com que Rocha deixasse o prédio. “Eu quero realmente saber que postura vai tomar o Ministério Público em relação a isso”, ressalta Vitor Borges, diretor médico da unidade, acrescentando que o advogado do Pró-Matre vai entrar com uma representação contra o promotor. “Ele passou por cima de tudo que há em termos de lei e civilidade. A condução dele conosco e, sobretudo com a coordenadora de Enfermagem, foi inadmissível”, completa. O Bahia Notícias tentou entrar em contato com o Ministério Público de Juazeiro, mas, por conta do recesso nas atividades, não obteve resposta. (foto 2/arquivo pessoal)

Juazeiro: Enfermeira acusa promotor de entrar armado em hospital e agredi-la

  1. Observador. disse:

    Se ele fez isso mesmo, ele foi ridículo, merece divulgação nacional.

  2. maria disse:

    É se ele fez isso, investiguem o motivo, muitos pacientes estão morrendo nesses hospitais que parecem mais uns matadouros vou citar alguns: regional, trauma,upas,etc… só atendem bem quando o paciente tem algum conhecido dentro do hospital, quando NÃO tem, morre a míngua. Essa é a realidade da saúde no nosso país BRASIL…..

    1. Mary disse:

      E porque ele foi através só de um paciente e não dos demais? Pela reportagem ele em momento algum teve interesse no bem está do paciente. Abuso de poder! Merece punição.

    2. Maria disse:

      Xará, Como um representante do Ministério Público ele jamais deveria ter atitude desse tipo, ele tem como conseguir se impor sem uso da violência. Mostrou-se que é incapaz de estar nessa função.

  3. Luiz Carlos disse:

    . Qualquer um que ja tenha ido a alguma audiência com esse promotor, ja testemunhou a forma como ele atua. A primeira coisa que ele faz ao chegar na sala é sacar uma pistola e colocar em cima da mesa.
    Atitudes como desse rapaz é que reforçam pedidos de criação de instrumentos para penalizar autoridades, principalmente juízes e membros do MP.

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