Jornalista Francisco José lança hoje em Petrolina seu livro de memórias

por Carlos Britto // 10 de julho de 2017 às 17:42

O jornalista Francisco José lançará, hoje (10) em Petrolina, o livro “40 anos no ar – A jornada de um repórter pelos cinco continentes”. O lançamento acontecerá durante o 1º Encontro de Profissionais da Imprensa do Vale do São Francisco, que será realizado na Faculdade Uninassau, às 19h. Na obra, ‘Chico José’, como é mais conhecido, reúne histórias sobre sua trajetória na Comunicação e os bastidores de suas melhores reportagens mundo afora.

O perfil humanista e o espírito aventureiro levaram Chico José a percorrer o mundo, de um extremo a outro do planeta, atrás de boas histórias para contar aos brasileiros. Ao longo de sua vasta carreira, ele foi defensor incansável da causa indígena, desbravou matas virgens, filmou pela primeira vez espécies ameaçadas de extinção e foi um dos responsáveis por revelar Fernando de Noronha, um patrimônio natural da humanidade, para o mundo.

Fiz mais de duas mil reportagens, nos cinco continentes, mergulhando nos sete mares, indo às duas extremidades do planeta. Havia sempre uma insistência para que eu escrevesse um livro com essas histórias. Quem mais me cobrava era a repórter Sônia Bride, que faz o prefácio do livro. Também havia a cobrança em casa, da minha família”, contou, em entrevista a este Blog.

Para Chico, cada viagem é uma aventura. E foi em busca de aventura que ele deixou o jornalismo esportivo para fazer reportagens para o programa Globo Repórter, da TV Globo. Nascido no Crato, no Ceará, mas radicado em Pernambuco, ele disse que o livro é um resumo de tudo que já fez. “Eu sou um repórter sertanejo, comecei no jornalismo esportivo. Fui a seis Copas do Mundo e duas Olimpíadas. Sai da carta de esportes da Globo para fazer o Globo Repórter. Então, o livro é o resumo de todas essas histórias. Cada reportagem é uma lição.

Quando perguntando sobre a reportagem que mais deu trabalho para fazer, o jornalista citou uma matéria que foi escolhida para concorrer ao Emmy Awards, considerado o ‘Óscar da TV’. “Nossa equipe ficou 32 dias no meio da Floresta Amazônica. Foi a única reportagem do Globo Repórter que foi finalista do prêmio Emmy, o Óscar da televisão mundial. Me marcou pela dificuldade da convivência com os índios, vivendo o dia a dia nas mesmas condições. Só levamos alimentação e não ficamos nus, mas o resto nós fizemos”, contou.

No livro, ele ainda fala sobre a cobertura da Guerra das Malvina, em 1982, e sobre a cobertura de um dos primeiros grandes assaltos a banco ocorridos no Brasil, na década de 1980, em que se ofereceu para substituir uma refém e foi levado como prisioneiro pelos assaltantes, em uma perseguição que durou horas pelas estradas nordestinas.

Emoção

O jornalista também falou sobre o Sertão nordestino e destacou uma reportagem mostrando a seca. “Quando eu entrei na TV ainda era em preto e branco, era um período de seca, uma das mais terríveis. Você mostrar a realidade que era o sertanejo naquela época foi muito chocante, porque o índice de mortalidade infantil era um dos mais altos do planeta. Morriam muitas crianças, eram os ‘anjinhos da seca’”, relembra.

Chico José ainda falou sobre o jornalismo online e disse que é uma necessidade, mas fez um ressalva. “As redes sociais avançam muito, e os jornais e emissoras de TV sentem a necessidade de correr pelas mídias, por isso todas as emissoras e jornais estão online. E ela têm que acompanhar o ritmo, porque tudo na internet é muito rápido. O problema é que muitas vezes as notícias nas redes sociais não são exatas, mas as emissoras têm acompanhado o ritmo.

Doação

Toda a renda arrecadada com a venda dos livros será diretamente repassada para a Fundação Terra, do Padre Airton, em Arcoverde (PE), no Sertão do Moxotó, que realiza projetos de assistência social e em saúde em Pernambuco. “Toda a renda será destinada à Fundação Terra, do Padre Airton, em Arcoverde. Ele mantém hospital, escolas, abrigos, tudo dependendo de apoio, de ajuda das pessoas. Eu acho que o trabalho desse padre tem que ser divulgado e reconhecido, porque ele faz coisas que nem as autoridades conseguem fazer”, finalizou.

Lançamento

Os interessados em participar do lançamento do livro em Petrolina, podem realizar credenciamento gratuito por meio do endereço eletrônico: extensao.uninassau.edu.br. Mais informações pelo telefone (87) 3866-5800. A Uninassau Petrolina está localizada na Avenida Clementino Coelho, nº 714, Bairro Parque Bandeirantes (Atrás da Banca), área central da cidade.

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