O drama de 110 famílias do Assentamento Luiz Inácio, ligado ao Movimento dos Sem Teto, nas imediações do bairro Vila Marcela, zona norte de Petrolina, ainda não terminou. Foi apenas protelado. A previsão era de que, por meio de uma ordem judicial, os moradores fossem obrigados a desocupar a área, ainda nesta quarta-feira (16).
Na semana passada, um grupo de assentados protestou em frente à sede da prefeitura, na Avenida Guararapes, alegando que não deixariam o local onde se instalaram.
Mas numa reunião realizada entre as lideranças do assentamento e o secretário municipal de Habitação, Ednaldo Lima, nos últimos dois dias, uma saída para o impasse ficou de ser apresentada. Para não serem despejadas, as famílias aceitaram se deslocar da área ocupada, onde serão construídas pelo município sete lagoas de estabilização, para outra ali perto.
A reportagem conversou no final da tarde de hoje com o vice-coordenador do assentamento, Tito Lopes da Silva, que demonstrou certa insatisfação. “O secretário (Ednaldo Lima) afirmou pra gente que viria hoje aqui, e até esta hora ele não apareceu”, lamentou.
Determinado, ele disse estar confiante num consenso, mas deixou claro que não aceitará que a prefeitura remova as famílias para uma área muito distante. “Temos muita gente necessitada, mulheres gestantes, de resguardo, recém-nascidos com 15 dias de vida, idosos, deficientes. A gente quer realizar nosso sonho, que é ter nosso teto”, afirmou.
Sem chances
As palavras são respaldadas pela coordenadora geral do assentamento, Nilda Tenório dos Santos. Ela explica que uma alternativa, oferecida por Ednaldo Lima, seria a transferência dos moradores para um assentamento na região dos Carneiros, mas a sugestão é totalmente descartada pelos assentados. “Para lá não iremos de jeito nenhum. Queremos ficar por aqui. Ele ficou de vir hoje e não veio, e não atende as nossas ligações. Mas já adiantamos que para outro lugar a gente não vai”, completou. A reportagem tentará falar com Ednaldo nesta quinta (17).