O Hospital Dom Malan (HDM)/Ismep de Petrolina reforçou a equipe de atendimento no Pronto Socorro Infantil (PSI) da unidade, como medida de enfrentamento às doenças respiratórias. Mais uma equipe com médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e fisioterapeuta estão reforçando os plantões da unidade há uma semana.
A sazonalidade é reconhecida nas unidades de saúde e se inicia mais precocemente na região nordeste do país, no mês de fevereiro, se estendendo até meados de julho. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) afeta principalmente crianças. Entre os vírus identificados, há predomínio dos vírus Influenza A e B e do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), ocasionando infecções das vias aéreas que atingem diretamente as crianças, demandando uma grande procura por serviços de saúde e atendimentos pediátricos, com alto índice de internamento. O VSR é o principal agente causador de infecção do trato respiratório inferior de crianças nos primeiros anos de vida.
Nesta semana, um bebê de um mês de vida deu entrada na unidade e foi diagnosticado com bronquiolite, uma das formas mais graves da síndrome. “A bronquiolite afeta crianças de zero dia de vida a dois anos. Começa com uma gripe, normalmente que pegou de outras crianças que estão na escola e trazem o vírus para casa, ou pessoas em casa que estão gripadas. São sintomas de gripe: tosse, nariz entupido, escorrendo e pode ter febre ou não. Quando tem febre, é uma febre baixa, por dois a três dias e evolui para um cansaço. Começam as dificuldades para respirar, para mamar, a ficar molinha, sem conseguir dormir. É o alerta para os pais procurarem atendimento de urgência para avaliação“, explica a médica do PSI do HDM/Ismep, Bruna Varjão.
O aumento no número de atendimento no PSI começou a ser observado já nos primeiros dias de fevereiro, com a volta às aulas. O que pode também contribuir com a SRAG é a presença de bebês em locais com muita gente, a exemplo do carnaval. “Crianças que merecem mais atenção são os bebês que nasceram prematuros. Perto de outras pessoas gripadas recebem o vírus e pode evoluir de gripe para bronquiolite, que pode se tornar grave e o bebê pode ser até entubado, precisa de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) “, completou a médica.
Balanço
A Vigilância Epidemiológica do HDM/Ismep registrou em 2023 um total de 11.905 atendimentos. O número aumentou em 2024, passando para 12.533 atendimentos a pacientes com sintomas gripes. Somente nos primeiros dois meses desse ano, foram 915 atendimentos referentes a esses sintomas.
Capacidade
O HDM/Ismep tem uma ocupação instalada no PSI de 18 leitos, sendo 6 desses com respiradores. “Em 2024 chegamos a ter aqui 12 pacientes entubados nesse período da sazonalidade. Estamos alinhando com a Secretaria de Saúde do Município o compartilhamento de informações dos pacientes que chegam à nossa unidade com baixa qualificação de risco (azul e amarelo), para que a gente consiga filtrar esses pacientes e a gente não tendo superlotação, e deixar de atender aquele paciente grave para prestar assistência que poderia ser feita na unidade básica de saúde“, explicou a coordenadora do Pronto Socorro Infantil do HDM/Ismep, Juliana Cedro.
Prevenção
A prevenção é a melhor estratégia contra o VSR. Algumas ações comuns para evitar gripes e resfriados ajudam a prevenir a infecção: lavar as mãos com frequência, principalmente antes de “tocar” no bebê; usar álcool gel sempre que possível; evitar contato do bebê com pessoas que apresentam sintomas de gripe, como coriza e tosse; manter objetos limpos; evitar ambientes fechados; evitar proximidade com fumaça de cigarro; manter o calendário vacinal atualizado. O HDM/Ismep integra a rede estadual de saúde.
