Desde fevereiro de 2012, a população rural do município de Sento-Sé (BA), norte do estado, vive em situação de emergência por causa da seca. Há quase um ano sem chover com regularidade na região, os sertanejos agonizam a falta de água. Em algumas comunidades o líquido só chega por meio do carro-pipa, que percorre até 150 km para fazer o abastecimento.

Com o nível dos lençóis freáticos baixos, os poços artesianos já estão comprometidos e podem secar de vez. O cenário é praticamente de deserto. Os açudes estão secos há vários meses e os animais procuram alimento em vão. Os moradores começam a acreditar que a chuva não virá com a mesma intensidade para suprir a escassez e já falam em abandonar a terra para buscar abrigo nos grandes centros.

Para piorar ainda mais a situação, as comunidades ribeirinhas enfrentam a maior falta d’água dos últimos doze anos. Com a vazão do lago de Sobradinho, que atingiu 26% de sua capacidade, o Rio São Francisco se distanciou até 18 km de alguns povoados, dificultando a captação e o bombeamento, como é o caso do distrito de Pecarão.

A Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec) informa que doze carros pipa atendem as mais diversas regiões, mas reconhece que a oferta de água está bem abaixo da demanda. O ideal seriam 50 pipas para atender a população e minimizar o sofrimento.

Por conta do agravamento, o prefeito Ednaldo Barros busca agendar uma audiência com o governador Jaques Wagner, para tratar de medidas emergenciais que minimizem o problema. (Foto/reprodução)