Falta de uniformes, coletes balísticos e até mesmo guarita para trabalhar. São essas as condições de trabalho enfrentadas diariamente pelos Guardas Municipais de Petrolina, que decidiram acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para pedir socorro.

De acordo com o subinspetor da Guarda, Adroaldo Sérgio, a Associação dos Guardas Municipais de Petrolina (Aguamp) já elaborou um abaixo-assinado, que deve ser encaminhado ao MPPE para apresentar as denúncias e cobrar providências sobre a situação dos profissionais.

“Já estamos com um abaixo-assinado pronto mostrando uma série de irregularidades. Ainda não procuramos o Ministério Público porque está de recesso, mas vamos lutar porque precisamos lutar contra isso”, disse Adroaldo.

Irregularidades

Uma das supostas irregularidades apontadas pela categoria é a cessão de vários guardas municipais – que apesar de não estar exercendo a função – estariam recebendo todos os benefícios previstos em lei para a categoria.

O problema, segundo Adroaldo, é que a Gratificação de Regime Especial de Trabalho (GRET), Gratificação Técnica Ostensiva (GTO), Risco de Vida  e  Aposentadoria Especial só poderiam ser concedidas aos profissionais que estão exercendo a profissão nas ruas, o que – segundo ele – não está acontecendo com os guardas cedidos.

“A guarda municipal está com vários homens cedidos, que ganham o salário de guarda sem estarem exercendo a função. Tem vários guardas que estão ganhando, sem nem mesmo saber o que é um guarda, e além disso eles [cedidos] continuam recebendo gratificações que, por lei, devem ser concedidas aos profissionais que estão nas ruas trabalhando”, explica.

Condições precárias

Além disso, a categoria também reclama das péssimas condições de trabalho, que segundo os profissionais, causa até risco de morte aos guardas. Na lista de reivindicações está a aquisição de coletes balísticos fundamentais para o exercício da profissão.

“Estamos com coletes balísticos vencidos. Pedimos à prefeitura pelo menos a aquisição de quinze coletes, mas nunca fomos atendidos. Trabalhamos correndo risco de vida porque vamos para as ruas e enfrentamos todo tipo de gente, não sabemos o que pode nos acontecer. Durante esta gestão não foi comprado nenhum colete. A guarda Municipal de Petrolina está correndo risco de vida”, reclama o representante da categoria.

A situação dos guardas que trabalham na Ilha do Fogo, entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), também não é das melhores. Segundo as denúncias, os guardas que atuam no local também estão desassistidos.

“Os guardas que ficam na Ilha do Fogo não têm água para beber, guarita para trabalhar e nem mesmo um banheiro. Estão lá jogados, de todo jeito. É mais uma luta que estamos para ver se a justiça toma uma providência”, afirma o subinspetor. Segundo ele, atualmente a Guarda Municipal de Petrolina possui um efetivo com cerca de 125 profissionais.

Sobre as denúncias, o Blog entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura e reserva espaço para esclarecimentos.