Como o Blog publicou mais cedo, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Passageiros do Vale do São Francisco (Setranvasf), em nota enviada ao Blog, informou que a greve da empresa Viva Petrolina, iniciada ontem (25), se deu por conta do “desequilíbrio econômico e financeiro que passam as empresas no município.”
Os funcionários da Viva se dirigiram hoje (26) ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e foram recebidos pela procuradora Vanessa Patriota. Durante a reunião, os funcionários da empresa relataram as dificuldades enfrentadas diante do atraso salarial. Acompanhe a nota do MPT:
Ontem (25) cerca de 10 (dez) empregados da Viva Petrolina compareceram ao MPT solicitando uma reunião, tendo em vista que estão sem receber salários, ticket-alimentação e férias (salários da segunda quinzena de abril e da primeira quinzena de maio; ticket de março e abril e férias de alguns empregados). A procuradora do Trabalho, Vanessa Patriota, marcou reunião para hoje (26) com eles. Chegaram ao MPT cerca de 100 (cem) empregados. Ela e o outro procurador lotado na unidade, Ulisses Dias, determinaram que fizessem uma comissão de 10 trabalhadores que seriam ouvidos em audiência. Os demais ficaram aguardando no pátio externo do prédio.
A procuradora explica que durante a audiência, os trabalhadores expuseram as dificuldades pelas quais estavam passando diante do atraso mencionado e informaram que todos os empregados da empresa paralisaram suas atividades na data de ontem. Disseram que não houve assembleia no sindicato nem a presença da diretoria da entidade na reunião que decidiu pela greve, mas que o presidente do sindicato foi informado, logo em seguida, e que apoiou os trabalhadores. Portanto, não houve comunicação da greve com antecedência de 72 horas. Afirmaram, ainda, que não concordavam em aguardar pelo prazo de até o fim de junho de 2015, estabelecido em audiência realizada na semana passada com a empresa e o sindicato profissional, aqui no MPT, para regularização da situação.
Diante disso, o presidente do sindicato profissional e a Viva Petrolina foram chamados a comparecer à audiência e atenderam ao pedido imediatamente. O representante da Viva chegou acompanhado de representante do Setranvasf (sindicato patronal). Na audiência, a Viva informou que o Setranvasf estava em vias de conseguir o reajuste da tarifa de ônibus, judicialmente, e que com tal aumento seria possível a quitação dos débitos. A representante da Setranvasf ratificou tal informação e disse que havia acordado com a Viva, inclusive, de antecipar o repasse de valores que mensalmente faz à empresa referente aos pagamentos de passagens efetuados através de bilhete eletrônico e que é arrecadado por ele, com vistas à quitação de parte dos débitos, mas que, para tal, precisaria que os trabalhadores retornassem ao serviço, mormente considerando que se os ônibus não rodarem, não há pagamento de passagem. Os trabalhadores manifestaram muita preocupação com os atrasos e decidiram realizar uma assembleia no pátio, conduzida pelo sindicato.
Por outro lado, o MPT informou que não mais aguardaria pelo prazo estabelecido na última audiência, tendo em vista a discordância dos trabalhadores, e que adotaria as medidas judiciais cabíveis.
No momento, está havendo a assembleia lá fora e uma petição será encaminhada ao Juízo, pedindo o bloqueio dos valores da Viva junto à Setranvasf até o montante suficiente a quitar todos os débitos.
MPT/Ascom


