Fumaça preta sobe, e votações da manhã não elegem novo Papa

por Carlos Britto // 13 de março de 2013 às 09:44

Os cardeais reunidos na Capela Sistina, no Vaticano, não conseguiram eleger o novo Papa nas duas eleições da manhã desta quarta-feira (13), segundo dia do conclave, na Capela Sistina. Outras duas votações estão marcadas para o período da tarde, após o almoço dos 115 cardeais eleitores na Casa de Santa Marta.

A fumaça preta se ergueu da chaminé da Capela Sistina, onde ocorre a reunião secreta dos cardeais, por volta das 11h40 locais (7h40 de Brasília), indicando que nenhum participante obteve a maioria de dois terços dos votos necessária para eleger o novo pontífice.

Mais duas votações devem ocorrer à tarde, após o almoço, e a expectativa é que nova “fumaça” se erga por volta das 19h locais (15h de Brasília).

Na única votação da véspera, também não houve nenhum cardeal com mais de 77 dos 115 votos possíveis. Segundo os vaticanistas, a primeira votação serve para “colocar os nomes na mesa” e definir quais os cardeais que estão realmente na disputa. Há oito anos, o agora Papa Emérito Bento XVI foi eleito no segundo dia do conclave, após a primeira votação da tarde.

Fumaça preta sobe, e votações da manhã não elegem novo Papa

  1. Sofocles disse:

    Ah, esses cardeais…
    Pobre Igreja Católica. Dois mil anos de tradição não foram suficientes para sustentar uma religião que luta contra a pós modernidade para manter-se de pé. Como se não fosse suficiente seu passado – cruzadas, inquisição, venda de indulgências – o testemunho histórico da atualidade do Catolicismo, em todo o mundo, causa perplexidade: Escândalos sexuais, quase que na totalidade envolvendo abuso sexual de menores, e financeiros, que colocam em xeque os valores morais cultuados pela religiosidade católica, diante do acobertamento dos padres pedófilos pela alta cúpula eclesiástica.
    Talvez seja essa a razão do Espírito Santo encontrar-se tão indeciso: A presença no conclave de cardeais que protegem essa tradição católica de padres que abusam sexualmente de crianças. Não é fácil para o Espírito Santo iluminar um ambiente imerso em escuridão.
    Observando o conclave como o início de uma estratégia de marketing da Igreja Católica para evitar sua extinção, a escolha de um papa brasileiro seria a mais adequada. Seria quase um milagre. Comprovaria de uma vez por todas que Deus é brasileiro. E encheria de esperança e fé a maior nação católica do mundo.
    O evento da Jornada Mundial da Juventude, programado para junho desse ano, seria incalculavelmente mais eficiente em todos os seus objetivos, caso fosse realizado na terra do santo padre.
    A longo prazo o efeito seria devastador, é possível prever: A Presidente Dilma, certamente utilizaria como plataforma de campanha à reeleição a conquista do papado, tal qual o petróleo e a copa do mundo um dia foram objetos do ufanismo, um papa brasileiro seria o corolário de uma história política que teve um início ideológico ateu, e que pode ter um fim católico. Os santos brasileiros finalmente sairiam do beatificado e incorporariam o panteão católico, nem que pra isso seja necessário utilizar o famoso jeitinho brasileiro, mala preta, dinheiro na batina e lá vão, santos: Odetinha, Irmã Dulce e Frei Galvão. Rápido como uma dispensa de licitação.
    Por fim, numa República que desconhece o significado da separação de Igreja e Estado, não seria surpreendente se, na tentativa de barrar o crescimento dos evangélicos – que hoje fazem do poder legislativo extensão das suas igrejas, levando para a legislatura toda a cegueira preconceituosa dos seus dogmas – por meio de Medida Provisória é óbvio, nos tornássemos, graças a uma fumacinha branca, saída de uma chaminé lá no Vaticano, da noite para o dia, uma nação confessional, católica sim, afinal, o papa é nosso. Mas não-praticante.

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