Fruto nativo do semiárido pernambucano ganha destaque na agroindústria

por Carlos Britto // 25 de novembro de 2012 às 13:27

Entre os sertanejos, o umbu já é conhecido por ser voltado para alimentação não apenas das famílias do sequeiro, como da criação de animais. No entanto, o fruto típico do semiárido pernambucano, começa a ter um destino diferente. Ele é transformado em doce, polpa e até licor. A produção e comercialização desses derivados tornou-se uma das principais fontes de renda de comunidades localizadas no Sertão do estado.

A Agroindústria de Beneficiamento de Frutas das Comunidades de Pajeú, Água Verde e Maxixeiro (Agropam), que faz o beneficiamento do umbu, é uma das cooperativas que está mostrando seu trabalho na Feira da Agricultura Familiar, durante a 71ª Exposição de Animais do Nordeste, que acontece até este domingo (25) no Parque de Exposições do Cordeiro, no Recife.

A feira é promovida pela Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), por meio da Secretaria Executiva da Agricultura Familiar (SEAF) e Prorural.

Segundo Manoel Neto, coordenador da Agropam, a agroindústria é primeira em Pernambuco a ter nos frutos do umbuzeiro sua principal matéria-prima. Ele explica que antes o sustento dos agricultores dessas áreas era à base das pequenas plantações de milho e feijão – o que não era suficiente. “Nos períodos de estiagem não havia plantio, foi a partir daí que surgiu a ideia de aproveitar uma fruta comum e abundante na região e que resiste a períodos de estiagem, o umbu”, recorda.

O trabalho da Agropam teve início em 2006 com a realização do Diagnóstico Rural Participativo (DRP), realizado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) nas comunidades, que identificou como potencialidade a produção de umbu. A partir daí, foram realizados cursos com os agricultores da região que queriam trabalhar com o umbu. “No começo o trabalho não era remunerado, éramos 25 pessoas, passamos por capacitação e trabalhávamos por acreditar em nosso projeto, que a partir dele poderíamos mudar nossas vidas e nos firmar no mercado”, explica. Ele observa, ainda, que o objetivo é levar o umbu para lojas e supermercados, alavancando de vez o comércio dos derivados da fruta.

Árvore sagrada

O umbuzeiro, que foi declarado pelo escritor Euclides da Cunha como ‘A árvore sagrada do Sertão’, pode viver cerca de 100 anos, e do umbu tudo é aproveitado pelas associações, com exceção do caroço (ainda assim já passa por estudos sobre como aproveitá-lo). O fruto é rico em vitamina C e os produtos feitos pela Agropam não levam conservantes. As informações são da coordenação do evento. (Foto/divulgação)

Fruto nativo do semiárido pernambucano ganha destaque na agroindústria

  1. Pedro disse:

    Neste semi-árido tão rico; uma fruta tão deliciosa…. como pode? umbu sê tão bom?

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Últimos Comentários

  1. Tem que desapropriar o imóvel onde ficava a casa da criança, atrás do regente, para fazer um terminal de ônibus.