Os fruticultores do pólo Petrolina/Juazeiro têm até o dia 6 de setembro para tentar convencer a Câmara de Deputados a aprovar a Medida Provisória (MP) nº 487, que em um dos seus 36 artigos prevê a renegociação da dívida dos produtores de frutas. Após essa data, o dispositivo perderá validade. Na prática, isso significa nada menos que a inviabilidade da produção do setor em 2011, porque os fruticultores não tem mais capacidade de endividamento.
Em mais uma reunião (foto) ocorrida na última sexta-feira (6), na Câmara de Fruticultura de Petrolina, Centro de Convenções, promovida pelo presidente da entidade, Jailson Lira, e pelo seu colega Ivan Pinto (que comanda o Instituto da Fruta de Juazeiro), o alerta já foi dado.
“Todo mundo vai quebrar”, avisou Ivan, ressaltando que o maior obstáculo para a aprovação da MP 487, hoje, é a queda-de-braço entre governistas e oposicionistas no Congresso – estes últimos representados por PSDB, DEM e PPS. Segundo o presidente do Instituto da Fruta, a ideia é fazer com que os deputados apreciem o dispositivo, e depois bloqueiem a pauta de votações, caso desejem, porque a discussão dos parlamentares não tem prazo de validade – ao contrário da 487.
“Primeiro precisamos convencer a oposição de que é necessário fazer isso, porque senão o Vale não tem condições de sobreviver no próximo ano”, avaliou, acrescentando que o embate no Congresso também poderá prejudicar 40 mil produtores de cacau incluídos na MP.
Em recente visita a Petrolina, por conta da campanha eleitoral, o governador Eduardo Campos (PSB), que disputa a reeleição, e o deputado federal Raul Jungmann (PPS), candidato ao Senado – um é aliado do presidente Lula, o outro, contra – receberam documentos dos fruticultores acerca da situação, no intuito de interceder pela categoria na questão da MP 487. Mas caso não haja sucesso, Ivan adiantou que as representações dos fruticultores estudam um plano B para evitar uma verdadeira tragédia na economia da região. “Ainda não decidimos, mas vamos solicitar ao governador conversar com o presidente Lula para ver o que poderá ser feito em caso de uma frustração (a perda de validade da MP 487)”, completou.
O presidente da Câmara de Fruticultura de Petrolina Jailson Lira, tem trabalhado muito e se esforçado bastante para que os produtores se mantenham unidos independentemente de base partidária, isso já é um avanço digno dos países mais desenvolvidos. O Vale do São Francisco vive hoje da agricultura e das universidades e é tudo isso que move a economia local. Precisamos que os produtores se conscientizem da importância e da força que a agricultura tem, precisamos de união. Produtores e todos aqueles que dependem direta ou indiretamente da agricultura devemos nos mobilizar, porque é que nós que pagamos impostos, geramos empregos e distribuimos riquezas, se não nos unimos pelo fortalecimento da agricultura, pelo Vale do São Francisco e pelo Rio São Francisco (que está castigado e assoreado sem as suas matas ciliares) quem é que vai defender?. É de extrema urgência sensibilizarmos aqueles que estão no poder para a manutenção da agricultura em nosso país. Afinal se não nos preocuparmos com a agricultura, se dela vivemos, com o que devemos nos preocupar?