Fake news atingem 85% das mensagens sobre coronavírus checadas pelo Ministério da Saúde

por Carlos Britto // 29 de fevereiro de 2020 às 17:30

Foto: Divulgação/Josué Damacena (IOC/Fiocruz)

Coronavírus veio do inseticida? Paciente com coronavírus curada em 24 horas com medicamentos de Aids? Coronavírus eliminado com tigela de água de alho bem fervida? O Ministério da Saúde alerta: tudo isso é fake news. Essas mensagens fazem parte de um grupo de correntes, “notícias” e áudios ligados ao novo coronavírus recebidos pela pasta no último mês, por meio do serviço ‘Saúde sem fake news’, criado para analisar notícias falsas. Não é pouca coisa. De 6.500 mensagens recebidas e analisadas entre 22 de janeiro e 27 de fevereiro, 90% eram relacionadas ao novo vírus.

Desse total ligado ao coronavírus, 85% eram falsas. Os dados são de balanço divulgado nessa sexta-feira (28). Segundo o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis, foram identificadas 41 tipos de mensagens mais recorrentes sobre o tema. O uso de vitaminas e chás que alegam curar a doença é a mais comum. “E sempre são notícias falsas, porque nenhuma dessas indicações têm comprovação científica de que possa ser benéfica para quem está com coronavírus”, diz Gabbardo.

Também é frequente o recebimento de mensagens com teorias da conspiração de que o vírus teria sido criado em laboratório ou disseminado deliberadamente –tudo isso é falso, afirma a pasta. Em janeiro, quando o maior número de casos novos ainda era concentrado no China e havia menos informação sobre o vírus, também era comum o envio de vídeos e fotos de pessoas caindo e desmaiando nas ruas. O problema é que tudo era fake, de novo. “São vídeos que tinham sido publicados muito antes do aparecimento do coronavírus”, afirma o secretário.

Nas últimas semanas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem apontado as fake news como um dos principais desafios em relação ao novo coronavírus. A orientação é que pessoas busquem informações em fontes oficiais.

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