Ex-diretor da Petrobras garante: para obter cargos na estatal era preciso “dar algo em troca” a partidos

por Carlos Britto // 15 de fevereiro de 2015 às 07:25

lava-jato-costa-depoe-1700O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou nesta sexta-feira (13), em depoimento à Justiça Federal do Paraná, que, durante o período em que ele atuou no alto escalão da estatal, nenhum executivo alcançava um cargo na diretoria sem “dar algo em troca” a partidos políticos. Investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava Jato, Costa fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e tem colaborado com informações sobre o esquema de corrupção na petroleira.

Não se chega ou não se chegava a diretor da Petrobras sem apoio político. Nenhum partido dá apoio político só pelos belos olhos daquela pessoa ou pela capacidade técnica. Sempre tem que ter alguma coisa em troca”, disse o ex-dirigente.

A declaração foi dada quando o juiz perguntou se o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró também recebia propina para viabilizar contratos entre a estatal e empresas estrangeiras. Ao responder, Costa ponderou que, dentro da companhia, comentava-se que Cerveró também recebia suborno para facilitar as contratações de seu setor.

O que se comentava é que na diretoria internacional, que tinha apoio do PMDB e do PT, esses partidos teriam alguns benefícios. Pelos comentários internamente [o diretor Cerveró] também recebia [pagamentos]”, observou Paulo Roberto Costa.

Ao juiz federal, o ex-diretor voltou a dizer que recebeu US$ 1,5 milhão em propina para não criar entraves à compra da refinaria de Pasadena, no Texas, negócio sob suspeita de superfaturamento. Sem citar nomes, ele afirmou acreditar que outros diretores também receberam dinheiro. “Se eu recebi, possivelmente outros diretores receberam. Porque que somente eu receberia?”, questionou.

Compra superfaturada

Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). O valor é muito superior ao que foi pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões.

Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam, e uma decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga. Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de desembolsar. (fonte: G1-DF/foto: Vagner Rosario)

Ex-diretor da Petrobras garante: para obter cargos na estatal era preciso “dar algo em troca” a partidos

  1. Daví Costa disse:

    Toda a nação brasileira vive a expectativa de ver na cadeia quem de fato está atrás disso. Até aqui, os bodes espiatórios tem se limitado em empreiteiras e diretorias. CADEIA para os VERDADEIROS AUTORES do maior escândalo no campo político deste planeta, é o que almeja as mais de 200 milhões de vítimas das inúmeras mentiras, múltipla incompetência, treitas, mutretas, falcatruas e roubo incalculável neste governo.

    1. Papai Noel disse:

      Isso tudo é mentira. A polícia mente, a imprensa mente.
      Isso não existe. Assinado: Papai Noel!

  2. Sandro Rossini disse:

    Saiamos pelas ruas no próximo dia 15 de março, e não vamos nos intimidar por nenhum Poder que esteja sob coordenação ou imposição deste Governo que queremos JÁ bem distante dos cofres públicos deste País. Impeachment JÁ!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários