Equipe econômica de Bolsonaro quer tirar da Constituição Federal reajuste do salário mínimo pela inflação

por Carlos Britto // 16 de setembro de 2019 às 21:00

Foto: Reprodução

A equipe econômica do Governo Bolsonaro estuda retirar da Constituição Federal a previsão de que o salário mínimo seja corrigido pela inflação. O congelamento poderia render uma economia entre R$ 35 bilhões e R$ 37 bilhões, segundo fontes da equipe econômica ouvidas pelo Estadão/Broadcast. A ideia é que, em momentos de grave desequilíbrio fiscal, como o atual, haja condições de congelar mesmo os aumentos nominais (ou seja, dar a variação da inflação) da remuneração por alguns anos, até que a saúde das contas seja endereçada.

Oficialmente, porém, a proposta de orçamento para o ano de 2020 prevê aumento do salário mínimo dos atuais R$ 998 para R$ 1.039 a partir de janeiro do ano que vem, levando em conta a variação da inflação. Há quem defenda, no entanto, não dar nem mesmo a inflação como reposição salarial para abrir espaço no Orçamento para despesas de custeio da máquina pública e investimentos. Como o Estado mostrou, o Orçamento de 2020 pode começar com um alívio de R$ 202,6 bilhões entre redução de despesas, aumento de receitas e diminuição da dívida pública, caso o Congresso Nacional aprove uma proposta que aciona mais rapidamente medidas de contenção dos gastos já previstos na Constituição e cria novos freios para as contas.

A ideia tem sido costurada com os deputados Pedro Paulo (DEM-RJ) e Felipe Rigoni (PSB-ES), respectivamente autor e relator de uma proposta que regulamenta a regra de ouro e tenta limitar o crescimento dos gastos obrigatórios. “Podemos apresentar uma proposta que preveja, por exemplo, não ter o reajuste por um ou dois anos em momentos de dificuldades fiscais. E isso abriria espaço para que outros benefícios também não sejam corrigidos”, disse uma fonte do governo.

Hoje, a Constituição prevê que é direito social do cidadão ter acesso a um salário mínimo “com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo”. Assim, o governo se vê obrigado a, todos os anos, recompor ao menos a inflação. Até o ano passado, a política de reajuste fixava uma correção pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior mais o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Com o vencimento desse modelo, o governo se debruça sobre uma mudança. A política de aumentos reais (acima da inflação) vinha sendo implementada nos últimos anos, após ser proposta pela então presidente Dilma Rousseff e aprovada pelo Congresso. Os reajustes pela inflação e variação do PIB vigoraram de 2011 a 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação.

Em 2017 e 2018, por exemplo, foi concedido o reajuste somente com base na inflação porque o PIB dos anos anteriores (2015 e 2016) teve retração. Por isso, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação serviu de base para o aumento. Segundo o próprio Ministério da Economia, cada R$ 1 a mais de aumento no salário mínimo gera um gasto adicional de R$ 302 milhões ao governo. Isso porque uma série de benefícios sociais, como o benefício de prestação continuada (BPC) e o abono salarial, é indexada ao salário mínimo e tem, por isso, um aumento proporcional.

Enxugando despesas

Com as contas apertadas, o governo quer encontrar formas de enxugar as despesas obrigatórias para abrir espaço no Orçamento e no teto de gastos. A percepção interna é de que já não há muito espaço para cortes no gasto discricionário. Além disso, há um entendimento de que será muito difícil manter a máquina pública funcionando devidamente no formato previsto no Orçamento, com discricionárias (custeio da máquina pública e investimentos) fixadas em R$ 89,161 bilhões. A contenção do aumento do salário mínimo, com consequente efeito sobre o avanço do gasto com benefícios sociais, é uma das principais apostas do governo para diminuir o peso da despesa obrigatória. (Fonte: IstoÉ)

Equipe econômica de Bolsonaro quer tirar da Constituição Federal reajuste do salário mínimo pela inflação

  1. Luciana Lacerda disse:

    Tudo é economia para esse desgoverno e nenhum investimento. Enquanto isso, isenta banqueiros, agronegócio. Absurdo!!!! Quero ver agora o que o Bolsominios trabalhadores vão dizer quando tiverem seus salários congelados.

  2. Fábio disse:

    Se orgulham desses devaneios, viu BOZOLÓIDES. Culpa de vcs esse alienígena estar onde está.

  3. Sempre Atento disse:

    Querer não é poder tem que passar pelo congresso e o próximo ano é eleição,quem vai querer perder votos,não é que político tá nem ai para o povo ,ele tá pensando no bolso dele se votar vai levar pau na orelha.

  4. Paulo rogerio de araujo disse:

    Para uma boa parte desse povo que não gosta de.trabalhar nem de.estudar so quer viver mamando nos governos isso ja e muito gora vão trabalhar.

  5. Amaro José da silva disse:

    A turma que votou em Bolsonaro, fica bestinha com uma notícia dessa, isso é só pra ver o mal.

  6. Sertanejo-PE disse:

    Enquanto isso o fundo partidário ganha um reforço de 3,5 bilhões de reais. Lamentável!

  7. Edilberto disse:

    Essa revista IstoÉ não merece crédito é do grupo Globo lixo, que tenta a todo custo mesmo com mentiras desacreditar o governo do presidente Bolsonaro, é melhor a Globo lixo pagar 7 bilhões que deve a União a mamata pra eles acabou. O presidente criou um decreto pra toda criança no pais que nascer com Zica Vírus, vai ter direito um salário mínimo vitalício pra toda vida, independente de renda familiar, isso ninguém pública.

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