O ex-secretário de Governo da Prefeitura de Petrolina, Orlando Tolentino (PMDB), concedeu entrevista exclusiva ao Blog falando da retirada de sua pré-candidatura a deputado estadual. Tolentino tentou ser cortês com o prefeito e preferiu não sair atirando.

Visivelmente constrangido, o ex-secretário afirmou que votará em qualquer candidato indicado pelo prefeito Julio Lossio (PMDB), apesar de reconhecer que o seu nome foi considerado “viável” pelo grande número de adesões que recebeu.

O ex-secretário não fugiu de nenhuma indagação e comentou até mesmo sobre sua aposentadoria por invalidez na Polícia Federal, afirmando que exercer outros trabalhos “é perfeitamente legal”.

 Blog : Você se sentiu abandonado pelo prefeito Julio Lossio nesse processo?

Tolentino: Não, muito pelo contrário, eu recebi apoio dele e de outras lideranças,  só que o grupo está bastante dividido e um pouco atrasado. Eu andei bastante,  procurei, conversei com lideranças de todo o Vale do São Francisco, mas as pessoas já estão comprometidas com as pré-campanhas, que já estão há muito mais tempo.

Blog: Mesmo assim o prefeito Julio Lossio colocou à disposição dois secretários, Marcelo Cavalcanti e Cléber Araújo, como se fosse um recado para você.

Tolentino: De fato são nomes valorosos para representar Petrolina na Assembleia, mesmo assim eu tinha o sonho de agregar e de fato queria ser o candidato da unidade, mas não consegui.

Blog: Mas você acha que você não conseguiu ou faltou um trabalho de apoio dele (Lossio) e dos outros integrantes do time para que você fosse o nome?

Tolentino: De fato, eu recebi adesão de diversas lideranças, amigos, correligionários, mas o grupo entende que o grande maestro condutor de todo esse processo, Doutor Julio, que o “time”  dele é depois, o meu é agora, porque a gente percebe queeleição, não se ganha só após convenção é uma caminhada e os outros candidatos já estão a mais tempo nessa na estrada.

Blog: Mas você não se sentiu abandonado?

Tolentino: Não me sinto abandonado, partiu de mim a desistência, porque não consegui reunir as condições políticas necessárias para enfrentar uma campanha difícil.

Blog: Você vai voltar para o Governo Municipal?

 Tolentino: O cargo é de livre nomeação e exoneração do prefeito, ele nunca me convidou e eu também nunca disse se aceitaria ou não.

 Blog: Mas se ele chamar, você vai voltar?

Tolentino: A gente tem que esperar. Cada momento tem a sua agonia. No momento vou cuidar de minha vida privada, dos meus negócios e da minha família.

Blog: Há quem diga também que essa foi a oportunidade que o prefeito teve para que você ficasse à vontade para sair, e ele à vontade de não chamá-lo.

Tolentino: O cargo sempre esteve à disposição dele a todo momento, o cargo nunca me pertenceu, quem foi eleito legitimado pelo povo de Petrolina foi ele.

Blog: Você vai apoiar qualquer nome que o prefeito colocar ou você se sente livre para caminhar com outro grupo?

Tolentino: Não, só vou apoiar o candidato do grupo, o que for escolhido terá o meu irrestrito apoio.

Blog : Fale um pouco da aposentadoria, que é um questionamento que as pessoas colocam. Você é aposentado por invalidez e ainda assim trabalha, ou trabalhava recebendo um alto salário como secretário?

Tolentino: Não é um salário alto, é um salário aprovado por lei. A minha aposentadoria por invalidez, que recebo há 10 anos, é para exercer o cargo de natureza policial, foi submetido a uma perícia. Enfim, a previsão legal de acumular os proventos da aposentadoria com cargo de livre função e exoneração, eu só não posso exercer com cargo de natureza ativo permanente.