Enem: Concorrência dificulta entrada de estudantes da região na Univasf, diz professora

por Carlos Britto // 21 de julho de 2010 às 07:32

Mary Ann

Os estudantes que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisam ter consciência que concorrem nacionalmente. Isto foi o que declarou a professora Mary Ann, ao destacar que o exame prejudicou o acesso de boa parte dos estudantes sertanejos na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

“Em 2004, no primeiro vestibular da Univasf, seis alunos de Petrolina passaram em Medicina. No ano seguinte foram 11. Em 2008, quando ainda não tinha sido adotado o Enem, 30 foram aprovados neste curso. Já em 2009, com a adoção do Exame, foram oito estudantes”, revelou a professora no programa Carlos Britto no Ar de terça-feira (20).

Para Mary Ann a Univasf deveria adotar uma forma diferente de acesso à instituição, assim como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, que também adotou o Enem, mas “as vagas não serão disponibilizadas pelo SiSU, haverá uma inscrição presencial com uma taxa de R$ 15. Só vão concorrer os estudantes da região e quem estiver por perto. Isto protege o aluno e o acesso a vaga vai estar limitado ao Nordeste. Na Univasf é diferente, o estudante concorre com o país inteiro”, destacou.

Segundo a professora, para melhorar a aprovação é preciso que os educadores reformulem suas práticas na sala de aula, porque “estamos colocando desiguais para competirem. É distante o ensino público e privado. Precisamos pensar no ensino universal”, disse. Mary Ann acrescentou que com o Enem o aluno migra de um curso para outro. “Há uma verdadeira loteria para ver em que curso ele vai entrar. Os cursos da Univasf aprovaram com nota acima de 600 pontos”.

Mary Ann afirmou que para ser aprovado no Enem é necessário uma rotina de estudos de dez horas. “É preciso cumprir às cinco horas de estudo na escola e as outras cinco em casa”, ressaltou.

Enem: Concorrência dificulta entrada de estudantes da região na Univasf, diz professora

  1. mendes disse:

    Concordo com a professora – que por sinal é uma excelente docente.
    O que adianta termos uma Universidade Federal se o ensino das escolas, daqui, não é tão bom quanto os das Capitais??! E, além de fracos: caros?? Sim, porque pra se ter uma base ‘melhor’ é necessário investir nos cursinhos preparatórios, porém, a maioria são caríssimos. Aí, vem os filhos dos médicos, engenheiros e por aí vai.. – de outros estados – e tomam as vagas dos sertanejos. Cade as autoridades?? Não vão fazer nada?? E a sociedade do Vale do São Francisco também não???
    Só lembrando: um cursinho, hoje, em Petrolina são sai menos de RS 600,00.

  2. Karla disse:

    É tão interessante esse tipo de colocação e quando vem de uma professora então! Os alunos daqui podem sair e tomar vagas de outros em outras regiões, agora a UNIVASF tem que ser somente dos sertanejos. ESTUDEM e deixe de Bairrismo, vivemos num país democrático, podemos transitar livremente e usufruir dos serviços públicos em qualquer estado.

  3. alguém disse:

    Os cursos pré vestibular de Petrolina e Juazeiro são caríssimos, inclusive o da profa Maryann e no entanto não aprovam de igual pra igual com outros cursos de outras localidades no caso de medicina, que é a menina dos olhos pra encher os bolsos dos donos de cursinho de dinheiro…. então existe falha sim nos cursinhos da cidade como também nas escolas.

  4. LUCIANO CORDEIRO disse:

    COMO ENTENDO ISTO, A PROFESSORA DEFENDE UM “ENSINO UNIVERSAL” E AO MESMO TEMPO PREGA O BAIRRISMO. SERÁ QUE ELA QUER BENEFICIAR APENAS OS ALUNOS QUE TEM CONDIÇÕES DE PAGAR AS SUAS ISOLADAS, COMO UNIVERSALIZAR COM ISOLADAS?ORA PROFESSORA ,A SOCIEDADE ORGANIZADA E CONSCIENTE TEM QUE EXIGIR DE NOSSAS ESCOLAS PÚBLICAS QUALIDADE QUE TORNEM OS ALUNOS COMPETENTES E CAPACITADOS PARA INGRESSAREM NA UNIVASF.

  5. Mendes Filho disse:

    Karla, você deve ser uma dessas “filhinhas de papai” que tem muita grana pra se sustentar em outras cidades – o que não é o caso de muitos aqui da região.

  6. Karla disse:

    Mendes, sou não viu! Sou filha de agricultura, estudei em escola pública e universidade também e papai separado de mãe, por isso mesmo defendo a universalidade do ensino.

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