Empreendedor social Fábio Silva explica como funciona a primeira agência no país de incentivo ao voluntariado

por Carlos Britto // 06 de abril de 2019 às 10:10

Empreendedor social Fábio Silva. (Foto: Gabriel Siqueira/Blog do Carlos Britto)

O Carlos Britto Talk Show desta sexta-feira (5) recebeu o empreendedor social cristão Fábio Silva. Ele criou a primeira agência nacional de incentivo ao voluntariado, o ‘Transforma Brasil’. A plataforma cruza os dados de quem quer ajudar com quem precisa de ajuda, facilitando a vida dos brasileiros que querem dedicar voluntariamente parte de sua mão de obra, mas não sabem onde.

Por que as organizações sociais precisam existir? Elas precisam existir porque elas fazem três coisas que os Estados, municípios, federação não conseguem entregar. Primeiro, elas fazem coisas com muita paixão; segundo, elas fazem coisas com muito baixo custo; terceiro, elas fazem coisas que mobilizam todo mundo“, disse o empreendedor social, relembrando que a ideia começou a ser plantada no ano de 2010, quando a Mata Sul de Pernambuco ficou debaixo d’água com enchentes.

A gente tinha um grupo de estudo bíblico na sala de casa e decidimos colocar esse grupo para fazer o bem. Arrecadamos a grana para doar sete caminhões de colchões para Barreiros e Palmares. A partir daí minha agenda de vida e de todo esse povo virou frenética em fazer o bem. Virou um novo estilo de vida“, explica Fábio.

Em 2013, foi capacitado pelo Departamento de Estado Americano para desenvolver iniciativas sociais no Brasil. Na época, líderes sociais de vários países em desenvolvimento passaram 40 dias nos Estados Unidos conhecendo os programas da agência nacional de voluntariado, que oferece uma série de benefícios para aqueles que têm algum tipo de engajamento cívico no País, como pontuação diferenciada em provas de concurso público e prioridade no ingresso em universidades.

Questionado sobre como consegue ser remunerado, Fábio disse que é através de uma Organização Não Governamental existente no Recife (PE), onde o projeto nasceu. “Eu sou presidente, no Recife, de uma incubadora e aceleradora de ONGs chamada Porto Social, tenho remuneração através dessa ONG. A gente oferece serviços para iniciativa privada e para iniciativa pública“, conta.

Para Fábio Silva, as pessoas querem ser ajudadas, sem se importar se é o governo ou não. “A pergunta é a seguinte: se em alguns lugares o Estado não consegue chegar, vai ficar sem chegar ou pode parceirizar com a organização social? Na verdade, o que mais importa é que as pessoas mais pobres sejam beneficiadas. Elas não querem saber se foi a empresa, se foi a ONG, se foi o prefeito, o governador…elas querem saúde, elas querem educação, elas querem saneamento. Então, por que a gente não pode fazer esse tecido de soluções ser ampliado através de parceria?

Transforma Brasil

A iniciativa começou com o ‘Transorma Recife’, em 2014, que ganhou reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU). “A gente criou uma plataforma que une quem quer ajudar com quem precisa de ajuda. A ONU elegeu, em 2016, o Transforma Recife como principal programa de politica pública das Américas. Depois espalhamos pelo Brasil. Em 2017, o Papa Francisco chamou a gente ao Vaticano para apresentar o Transforma, que ele quer utilizar melhor o espaço ocioso da Igreja Católica ao redor do mundo com trabalho voluntário“, pontuou.

Em agosto passado, nós lançamos a Plataforma Transforma Brasil, e até o final deste ano nós vamos ter 500 mil brasileiros fazendo o bem. No site você sabe tudo. Para quem vai doar, qual o local e quanto tempo você vai poder ajudar“, ressaltou.

Transforma Petrolina

Fábio Silva ainda falou sobre o início das atividades no Vale do São Francisco, por meio da plataforma Transforma Petrolina. “Nós estamos chegando via prefeitura, mas ela não quer ser protagonista desse projeto. Eu não tenho interesse de participar de projetos que a prefeitura quer ter o protagonismo maior do que todo mundo que está sentado à mesa. Ela está me trazendo, mas vai convocar todo mundo para bater papo. Vai ser um protagonismo equilibrado“, finalizou o empreendedor social. A entrevista completa pode ser conferida acessando aqui.

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