O ex-prefeito de Petrolina, Odacy Amorim (PSB), deu início à mais desafiadora caminhada de toda sua carreira política, até o momento. Em cerimônia realizada ontem (15) à noite no Centro de Cultura Dom Bosco, localizado no Centro da cidade, o socialista apresentou-se como candidato a deputado estadual pela Coligação da Frente Popular (PSB/PT/PDT/PTB/PR/PP/PCdoB/PSC/PHS/PRB/PTdoB/PSL/PSDC/PTC/PRP).
Embora tentasse fazer um discurso propositivo, focado no período em que governou o município (2007/2008), o socialista acabou deixando transparecer, nas entrelinhas, algumas críticas veladas ao seu sucessor, Júlio Lóssio (PMDB).
O tom sutil de oposição ao atual prefeito começou antes mesmo dos tradicionais discursos. Num vídeo de aproximadamente 30 minutos, exibido em um telão, que retratou a trajetória pessoal e política do ex-prefeito, o socialista lembrou de algumas parcerias com o governo do estado, como a aquisição de viaturas locadas à Polícia Militar e a implantação do sistema de monitoramento eletrônico no Centro da cidade (este último interrompido pela atual gestão).
Também comentou sobre os servidores municipais, os quais “sempre tiveram espaço para o diálogo” em sua gestão. O socialista lembrou ainda o respeito que tinha junto à categoria, que evitou até uma greve no final do seu mandato. “A maioria dos servidores reprovou a greve porque sabia que no meu governo a gente estava aberto ao diálogo”, afirmou, em mais um recado indireto a Lóssio, o qual passa por um momento conturbado com os funcionários do quadro.
Odacy, no entanto, evitou comentar sobre sucessão municipal em 2012. Disse que o momento é outro e que “não tem tempo a perder com rancor e revanchismo”, referindo-se ao fato de ter sido derrotado na convenção do PSB que escolheu o deputado federal Gonzaga Patriota para disputar a prefeitura contra Lóssio, há dois anos. Gonzaga, inclusive, estava na cerimônia juntamente com os aliados de Odacy em 2008 – o deputado federal Fernando Filho e o secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Fernando Bezerra Coelho -, além do médico Alexandre Mota, que representou na ocasião o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB).
Ao lado da esposa Dulcicleide Amorim, Odacy disse que não entra na campanha para “tirar voto de ninguém”. Sobre suas chances na disputa, ele disse esperar o reconhecimento, primeiro, do povo de sua terra. Depois o socialista remeteu-se à época do então candidato ao Senado, Mansueto de Lavor (eleito em 1986). “Os políticos da capital diziam que o sertão não dava votos, só a Região Metropolitana. E Mansueto acabou sendo o mais votado de Pernambuco”, ressaltou, sendo muito aplaudido logo após.
Além das principais lideranças do PSB, o lançamento da candidatura de Odacy levou ao Centro Dom Bosco líderes comunitários e vereadores da base governista de Petrolina e do sertão e candidatos a deputados estaduais e federais da coligação.
