Em defesa dos jogos de azar, senador FBC afirma que legalização geraria R$ 30 bi por ano ao país

por Carlos Britto // 05 de dezembro de 2016 às 19:54

Senador Fernando Bezerra Coelho. (Foto: Divulgação)

fernando-bezerraCom contas públicas no vermelho, a possibilidade de nova fonte de receita impulsionou o debate sobre a legalização e consequente taxação dos jogos de azar. O Congresso tem dois projetos prontos para votação, um na Câmara e outro no Senado, mas entidades ligadas à Receita Federal (RF), à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público (MP) avaliam que o Brasil não está preparado para combater crimes advindos da legalização de jogos, como corrupção, sonegação e lavagem de dinheiro.

Sem tradição de exploração do setor, a prática acabou se tornando um tabu no País. “O tema é tratado com viés moralista e religioso no Brasil, enquanto o mundo inteiro trata o jogo como uma indústria que paga imposto para o Estado”, afirma Magno José, representante do Instituto Jogo Legal e um dos principais lobistas do ramo em atuação no Congresso.

Relator do projeto em tramitação no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) defende que a legalização não é a exceção, mas o padrão internacional. “É preciso esclarecer que somos um dos últimos países a tentar legalizar os jogos e, por isso, temos prejuízo. Poderíamos ter uma indústria que cria emprego e desenvolvimento regional”, alega.

O relator calcula uma arrecadação anual de R$ 30 bilhões e argumenta que 97% dos países integrantes da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) regularizaram os jogos. No G-20, fora o Brasil, apenas a Indonésia e a Arábia Saudita não regulamentam a atividade – são países islâmicos onde o jogo é proibido em caráter religioso.

Para mudar essa realidade, o relatório de Bezerra Coelho permite a legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho, além de algumas modalidades de apostas. O projeto é muito semelhante ao que tramita na Câmara, relatado pelo deputado Guilherme Mussi (PP-SP). Sob o argumento de estimular a economia regional, ficou determinado que, a cada dez concessões para cassinos, quatro devem ser nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A possibilidade de criação de cassinos resort chamou a atenção das grandes redes hoteleiras nacionais e internacionais, que também passaram a defender a causa.

Outro grupo diretamente interessado na legalização é justamente o de casas de bingos, bicheiros e outros estabelecimentos que operam na clandestinidade. A estimativa é de que o mercado ilegal do jogo já movimente R$ 20 bilhões por ano. “Para eles, o custo de manter a atividade ilegalmente ficou muito alto”, explica Magno José.

Controvérsias

A iniciativa tem o apoio de parlamentares ligados ao núcleo do governo, mas é polêmica e já possui forte rejeição. O deputado Roberto Lucena (PV-SP) organizou um grupo de mais de cem parlamentares que conseguiram derrubar o caráter de urgência do projeto na Câmara. “Quem defende a proposta traz números sedutores de arrecadação e geração de emprego, mas poucos calculam o real custo social da legalização dessa atividade”, afirma Lucena. O deputado se preocupa com a ampliação do crime e com riscos de saúde ligados à prática do jogo patológico.

Para a Receita Federal, a legalização é porta de entrada para a lavagem de dinheiro e outros crimes. “É algo difícil de se controlar, porque são apostas e prêmios feitos em pequenas quantias”, disse Kleber Cabral, presidente da Associação Nacional dos Auditores da Receita (Unafisco). Ele alerta ainda para a possibilidade de legalizar lavagem de recursos eleitorais e aponta falhas no projeto como a falta de limitação da quantidade de cassinos em operação e uma determinação clara de como será feita a autorização dos estabelecimentos.

Presidente da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef), Luís Bouens argumenta que a regulamentação precisa vir acompanhada de uma preparação do Estado, dos órgãos de controle, sistema policial e Judiciário. Ele não acredita que as instituições estejam preparadas atualmente para investigar e julgar crimes ligados à legalização de jogos. Entidades ligadas ao Banco Central e o Ministério Público também já divulgaram notas de preocupação.

Por outro lado, Fernando Bezerra, relator do projeto, alega que a proposta prevê o repasse de 2% da arrecadação para a instrumentalização da Polícia Federal, além de estabelecer penas para o funcionamento ilegal dos jogos e fraudes de resultados. A proposta determina ainda que 91% da arrecadação seja repassada para as áreas de seguridade social, como saúde e assistência social, e ajude no combate do jogo patológico. (fonte: Senado Notícias/foto divulgação arquivo)

Em defesa dos jogos de azar, senador FBC afirma que legalização geraria R$ 30 bi por ano ao país

  1. rui2 disse:

    entraria 30 bi sim e sairia quanto do povo dos proletários e jogadores movido pelo vicio quantos não deixaria de comprar um pão a mais

    1. Desmascarando disse:

      Daqui a pouco, esse senador vai querer liberar e legalizar as drogas sob esse mesmo e falso argumento. Dinheiro não cai do céu e nem se repoduz, para alguém ganhar, outro tem que perder, e nesse caso quem perde é o pobre trabalhador viciado.

  2. Petró disse:

    Jogo de azar são as eleições. Eles jogam nosso dinheiro e o povo dar azar com esses tipos eleitos.

  3. Cidadão disse:

    Isso é jogo de gente rica e não de quem só ganha pro pão. E joga quem quer, sou a favor da liberação e da implantação de um hotel cassino em Petrolina o que iria impulsionar mais ainda o turismo local e de quebra tanto o poder público, como o privado iriam invistir mais no setor turistico da cidade daí viriam outros hotéis, bares, cafés, livrarias, lojas de conveniencias, restaurantes, museus, teatros, shoppings, parques aquáticos, conclusão da orla 3, reforma e ampliação do bodódromo, melhoria dos acessos às ilhas, mercado de artesanato etc….tudo isso acaba aumentando o mix de produtos turísticos da cidade.

  4. Lemonade disse:

    Ele quer abrir cassinos

  5. Cego às avessas disse:

    Senador, aprenda: Legalizar os jogos de azar (nome bonito para controle estatal) irá prejudicar essa atividade tão lucrativa, pois uma série de impostos serão acrescentados ao valor do serviço, onerando e encarecendo-o. Se um produto/serviço fica mais caro, a tendência é que as pessoas deixem de adquiri-lo. Se as pessoas deixam de consumir tal produto/serviço, o negócio fica inviabilizado e morre, pessoas ficam desempregadas e sem renda! Estamos precisando é de menos burocracia e controle estatal. Até no Paraguai é mais fácil abrir um negócio do que aqui.

    1. Cego às avessas disse:

      Em tempo: onde lê-se legalizar, leia-se regulamentar.

  6. Bingo disse:

    Ao “Charada” não importa se o povo vai sofrer, com tanto que o governo arrecade mais, e apareça empresários mafiosos que sustentem as suas campanhas.

  7. Filho da terra disse:

    Eis uma charada: se os políticos do naipe de FBC são a favor, qual será a motivação que os une?

    1. vendo tudo disse:

      Podes crer, a motivação… Creio que já sabemos. Né não? Quem terminará mais rico, ao passar essa lei? Mas concordo que joga quem quer, pois o vicio já é outro problema.

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