Em carta aberta, governadores do NE criticam decisão do Congresso em aprovar redução da maioridade penal

por Carlos Britto // 20 de junho de 2015 às 08:04

maioridade penalSeis governadores do Nordeste divulgaram, nesta sexta-feira (19), uma carta aberta ao Congresso Nacional e à sociedade brasileira solicitando uma reflexão mais ponderada acerca da redução da maioridade penal. Eles afirmam estar convictos de que a decisão preliminar da Comissão da Câmara dos Deputados não vai contribuir para diminuir a criminalidade, mas gerar uma “ilimitada espiral de repressão ineficaz”, criticam.

A carta destaca ainda que a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, no Brasil, violaria a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, assinada pelo Brasil em 1990, e aponta uma eventual revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente como um caminho mais indicado para aperfeiçoar a reinserção social de jovens que tenham cometido delitos.

Carta na íntegra:

Carta de Governadores contra a Redução da Maioridade Penal

Os governadores signatários desta Carta, à vista da aprovação em uma Comissão da Câmara dos Deputados da proposta de redução da maioridade penal, vêm convidar os Senhores Parlamentares e a sociedade a uma maior reflexão sobre o tema.

Temos convicção de que a redução da maioridade penal não irá contribuir para diminuir as taxas de criminalidade. Na verdade, o que ocorrerá é que crianças de 13 ou 14 anos serão convidadas a ingressar no mundo da criminalidade, sobretudo tráfico de drogas, desse modo alimentando-se uma ilimitada espiral de repressão ineficaz. Todos que lidamos com os sistemas de segurança pública e penitenciário sabemos que cada vez há mais encarceramento no país, sem que a violência retroceda, posto que dependente de fatores diversos, sobretudo econômicos, sociais e familiares.

Acreditamos que a proposta vulnera direito fundamental erigido à condição de cláusula pétrea pela Constituição, sujeitando-se à revisão pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, implica descumprimento pelo Brasil de Convenção Internacional alusiva aos Direitos da Criança, a qual nosso país se obrigou a atender por força do Decreto 99.710/90.

Lembramos que o Brasil adota um sistema especializado de julgamentos e medidas para crianças acima de 12 anos, o que está em absoluta sintonia com a maioria e as melhores experiências internacionais. Neste passo, cremos que eventual revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente é o caminho mais indicado para que alguns aperfeiçoamentos possam ser efetuados, preservando-se, contudo, a Constituição e as Convenções Internacionais.

Assim, dirigimo-nos à Nação com esse chamamento ao debate e a um movimento contrário à redução da maioridade penal, passando-se a priorizar medidas que realmente possam enfrentar a criminalidade e a violência.

Rui Costa – Governador do Estado da Bahia

Flávio Dino – Governador do Estado do Maranhão

Paulo Câmara – Governador do Estado de Pernambuco

Camilo Santana – Governador do Estado do Ceará

Ricardo Coutinho – Governador do Estado da Paraíba

Wellington Dias – Governador do Estado do Piauí

(Foto/reprodução)

Em carta aberta, governadores do NE criticam decisão do Congresso em aprovar redução da maioridade penal

  1. Guimarães disse:

    Esses pelegos comunistas da UNE exibem esses cartazes como se os menores marginais não estudassem porque alguém os forçou a não fazê-lo, aprendam anencéfalos: MENORES MARGINAIS NÃO ESTUDAM PORQUE NÃO QUEREM, eles ESCOLHEM SER BANDIDOS.

    Ademais, senhores governadores, se a situação de absurda marginalidade dos menores chegou nesse ponto, é em grande medida, por absoluta incompetência de vossas excelências em lidar com o tema. Quantos pais de famílias, filhos e estudantes decentes deverão morrer para vocês acordarem que temos um exército de assassinos, traficantes e ladrões de menores que, não se enganem, ESCOLHERAM O CRIME. Ficam com esse politicamente correto bobo até um querido seu ser morto por esses marginais. Rasguem o ECA, seria um bom primeiro passo.

  2. Dreda disse:

    Essa carta dos governadores vai de encontro aos anseios da população desses estados. Escola serve para prevenção. Prisão serve para punição. Se colocarem criminosos confirmados como os adolescentes do estupro no Piauí na escola dos meus filhos, sou eu que tirarei meus filhos de lá. São duas demandas diferentes. Se cometeu o crime, tem que pagar. E essa regra nova só vale para crimes hediondos.

  3. cicero lima disse:

    Esses governadores querem desviar atenção dos reais problemas. 16 anos tá de bom tamanho pra assumir por crimes cometidos
    O povo quer que pessoas com mais de 16 anos assumam pela delinquência praticada. O resto é conversa fiada e demagogia. O discurso de vítima social acabou com a corrupção do PT.

  4. Carlos disse:

    A premissa é clara: Nas nações decentes a prioridade é a defesa do cidadão de bem, nos paises em decomposição moral-legal-politico, a prioridade é a defesa do marginal. http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/na-gra-bretanha-maioridade-penal-passou-de-14-para-10-anos,8d60f51b62f148a547b61d5df51a891aex4eRCRD.html

  5. Patricio Emerson disse:

    A UNE e a UBES são entidades que defendem os interesses da presidenta Dilma.
    Seus diretores são filiados ao PC do B que é um partido de cargos públicos .
    VERGONHA!!!!!

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