Documentário destaca protagonismo feminino em território quilombola do Sertão

por Carlos Britto // 19 de novembro de 2023 às 21:37

Foto: Wanderson Oliveira/divulgação

Gravado em Orocó (PE), no Sertão do São Francisco, o documentário em longa-metragem ‘Mulheres da Mata’ vai contar histórias de protagonismo feminino no Quilombo Mata de São José, no Território Quilombola Águas do Velho Chico. Produzido pela WW Filmes e Caroá Produções, a proposta do filme é narrar as diversas facetas da comunidade, através do olhar e da voz das mulheres.

O roteiro propõe retratar o quilombo e falar das várias facetas dessa comunidade a partir das mulheres que a compõem. “Vamos abordar a liderança e empoderamento feminino, a relação das mulheres com a educação escolar quilombola, com o futebol feminino, o enfrentamento ao racismo, a relação com a natureza, o meio ambiente, o rio e a agricultura familiar, além da própria história do quilombo e a ancestralidade. Queremos narrar as particularidades dessa comunidade e da luta pela afirmação da sua existência enquanto território quilombola“, conta Cristiane Crispim, que assina a direção do documentário, junto com Wllyssys Wolfgang.

Os temas norteadores do documentário foram definidos a partir do diálogo com a própria comunidade, que, além de personagem, também participa na produção do filme.

O documentário está proporcionando um momento de visibilidade para a história, a identidade, a luta e a resistência das mulheres quilombolas. Um momento ímpar, no qual as mulheres estão tendo voz e a oportunidade de mostrar a sua forma de se organizar como mulher negra e quilombola, além de mostrar que o quilombo é um lugar de organização, de história e memória, não de escravos“, pontua Maria Senhora Gomes dos Santos, liderança comunitária na Mata de São José e produtora local do documentário.

Produção

O diretor da WW Filmes, Wllyssys Wolfgang, destaca a sua satisfação em dirigir o filme. “A projeção feminina é o ponto forte nesse trabalho e é o que nos motiva. Esse projeto é muito querido porque ele tem muito a ver com o DNA, com a identidade da produtora, que é sertaneja, caatingueira. Ele tem a ver com o que a produtora prega e acredita, que é estampar nossos rostos e a nossa cultura nas TVs do nosso estado, do país e do mundo, levando, de maneira genuína, a nossa identidade plural, de muitas cores, ritmos e perspectivas. E fazer isso com uma equipe 100% regional. Estamos muito felizes“.

A equipe técnica e de produção é composta predominantemente por profissionais da região do Vale do São Francisco, de Petrolina e Orocó. Representando o Quilombo Mata de São José, além de Maria Senhora, na produção local e consultoria, também integram a equipe os assistentes Danny Gonçalves, Luzia Gomes e Jonas Brito, formados em uma oficina de audiovisual realizada na comunidade.

O filme conta ainda com a direção de Cristiane Crispim e Wllyssys Wolfgang, a direção de produção de Antônio Veronaldo, a assistência de direção de Byanca Alves, a direção de fotografia de Robério Brasileiro, o som direto de Maria Morena, a coordenação de logística de Wyvys Reis, a produção executiva de Camila Rodrigues, a montagem de Fernando Pereira, e o fotógrafo de still é Wanderson Oliveira.

O filme é gravado em resolução 6K e deve ter duração de aproximadamente 50 minutos. A produção foi aprovada no edital Virada Digital da TV Pernambuco (TVPE) – EPC, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo de Pernambuco, e financiado pelo Banco Verde (BRDE) e Fundo Setorial Audiovisual (FSA), via Agência Nacional do Cinema (Ancine), do governo federal. A previsão é de que o documentário seja lançado em meados de 2024, com exibição gratuita na grade de programação da TVPE. As informações são da assessoria.

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