Diretor da Facape contesta vereadora e afirma que nunca descartou reajuste nas mensalidades

por Carlos Britto // 04 de julho de 2011 às 11:16

Em meio à polêmica sobre o reajuste das mensalidades dos cursos oferecidos pela Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape), o diretor-presidente da instituição, Professor Rinaldo Remígio, defendeu-se das recentes declarações dadas pela vereadora Márcia Cavalcante.

Estudante do curso de Direito, Márcia Cavalcante disse que o Professor Remígio havia lhe dado a palavra de que não haveria reajustes – ou pelo menos não sem um prévio debate com os alunos.

Mas o professor garante que em nenhum momento teria afirmado que a Facape não concederia o aumento. Pelo contrário. O diretor-presidente lembrou, inclusive, que desde junho de 2009, quando assumiu a autarquia, tinha descartado o aumento das mensalidades. “Nós vínhamos dando continuidade à gestão anterior (de Clemilda Barreto), cumprindo naqueles seis, sete meses apenas o que o Ministério Público havia determinado, e não quebramos nenhum contrato. Honramos a nossa palavra”, informou.

O professor disse, também, que na mesma época priorizou as discussões em torno da revisão anual dos salários dos professores e técnicos administrativos, conforme prega a Constituição Federal (e que não vinha ocorrendo na Facape), afirmando que num segundo momento os reajustes poderiam acontecer. Remígio chegou a ir até a Casa Plínio Amorim, em maio deste ano, explicar sobre a necessidade de aumentar os salários do quadro de pessoal da Facape e conseguiu apoio dos vereadores.

Mais uma vez ele lembrou que em nenhum momento o reajuste das mensalidades foi colocado em pauta. O Professor Remígio também frisou que a decisão de aumentar o valor das mensalidades não tem o objetivo de compensar as perdas salariais dos professores e funcionários, mas de viabilizar os investimentos que a Facape pretende fazer. “Já temos licitados ônibus para promover visitas técnicas e viagens para participação de simpósios e eventos por parte do corpo discente. Precisamos também incrementar a estrutura da instituição, e sem esse reajuste ficaríamos impossibilitados de promover isso”, justificou.

O diretor da Facape explicou também que o aumento nas mensalidades teve o aval do Ministério Público. O órgão, segundo o professor, chegou a autorizar mais de 16% de reajuste, que acabou ficando em 8%. O Professor fez questão de ressaltar, ao contrário do que disse Márcia, que houve, sim, uma prévia deliberação sobre o assunto – o qual foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Deliberativo Autárquico (CDA), formado por nove representantes dos alunos, além de um do Diretório Central de Estudantes (DCE) e da sociedade.

Professor Remígio também explicou sobre o superávit nas contas da Facape, alegado por Márcia para evitar o reajuste. Na verdade esse equilíbrio financeiro deveu-se, durante a sua gestão, a um rigoroso enxugamento nas despesas com logística – a exemplo de gastos com impressão de papéis e economia de energia elétrica.

Os novos valores dos cursos, segundo o diretor da Facape, deve valorizar os alunos que pagam em dia, com descontos nas mensalidades. O curso mais caro, o de Direito, ficará em R$ 414 (com desconto) e R$ 450 (sem desconto). Já o de Ciências da Computação passa a custar R$ 368 (com desconto) e R$ 400 (sem desconto). Os de Administração e Contábeis custarão R$ 345 (com desconto) e R$ 375 (sem desconto).