Nesta segunda-feira (9), o diretor de Operação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, em entrevista à Rádio Rural FM, falou sobre os aumentos da vazão no Rio São Francisco, a partir do Reservatório de Sobradinho, Norte da Bahia, e a exportação de energia. Atualmente, o Nordeste está exportando cerca de 5.000 MW de energia elétrica para as regiões Sul/Sudeste, através do Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente com a produção de energia hidráulica, na Bacia Hidrográfica do São Francisco, e dos parques eólicos instalados na região.
“Nós estamos vivendo o período chuvoso na Bacia Hidrográfica do São Francisco. Sobradinho está com 60% de sua capacidade de armazenamento de água e há previsão de chuvas a partir deste mês e até abril do ano que vem”, destacou o diretor. Ele acrescentou que no Sul e Sudeste, o armazenamento de água está em torno de 20%, o que faz com o que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determine a otimização dos recursos hídricos. “Quando estávamos com escassez hídrica, já tivemos esse apoio, essa importação de energia”, explicou.
João Henrique afirmou que a atual vazão de 2.900 metros cúbicos por segundo (m³/s) é considerada normal para o Rio São Francisco, mesmo tendo sido a maior praticada nos últimos sete anos. “Nós enfrentamos uma crise hídrica que agora chegou ao fim. Estamos com Sobradinho normalizado e muitos ribeirinhos comemoram a situação do rio agora, mais cheio”, disse.
Ele frisou que essa vazão atual praticada não representa cheia. “Precisaríamos estar com 4.200 m³/s para utilizar todas as seis unidades geradoras de Sobradinho, por exemplo. E estamos 1.300 m³/s abaixo dessa situação, que seria para maior geração de energia. Então estamos seguindo as determinações do Operador Nacional do Sistema Elétrico e estamos respeitando os usos múltiplos das águas e as ocupações regulares, sob o reconhecimento dos órgãos competentes”, destacou.
João Henrique falou, ainda, sobre os comunicados regulares que a Chesf emite para sociedade civil, órgãos estaduais e municipais, e convidou todos os interessados a terem informações sobre as alterações de vazão do Reservatório de Sobradinho, por meio de cadastramento, enviando mensagem de celular com a palavra ‘Sobradinho’ para o número 27569.
Não que sejamos a favor da Transposição do Rio Francisco, cuja vazão máxima do projeto inicial era de 126m³/s, e hoje é de 26 m³/s, mas só para conhecimento dos desavisados, a Transposição jamais secaria o Rio São Francisco. Aí está a prova irrefutável disso, Sobradinho hoje, está deixando passar pelas suas comportas, 1.200 m³/s a mais, para gerar e exportar energia, para outras regiões, quais sejam Sudeste e Centro Oeste, ou seja, está havendo uma Transposição de 1.200m³/s em forma de energia, pois as águas que passam pelas comportas elas não voltam para o Lago de Sobradinho. Também não somos contra a que se exporte energia para onde haja necessidade, pois também quando o Nordeste precisa vem energia de lá ou do Norte. Ainda para os desavisados, de toda água do Rio S. Francisco, apenas 6% são para os usos múltiplos, i.é., consumo humano e animal, indústria, irrigação etc., os outros 94% é para a geração de energia, que sem ela, Petrolina e Juazeiro não teriam o desenvolvimento que tem hoje, pois não haveria energia suficiente vindo apenas de Paulo Afonso. Não somos a favor da Transposição do Rio Francisco porque é uma obra impensada, não planejada e tão logo o Governo Federal deixe de custear a energia que ela consome, a obra será abandonada, será um elefante branco.
Guardem o nome desse diretor da Chesf para cobranças futuras. Uma região castigada pela seca, que mesmo assim construiu uma das maiores áreas de produção de frutas e hortaliças, vê as águas da sua maior dádiva ser exportada para o sul maravilha. Sobradinho é reserva estratégica para ser administrada dessa forma. Quem garante chuvas de dezembro a março? Vejam que a a Cemig não faz isso com Três Marias. Tá na hora da região dá um basta nesses gestores. Sobradinho é e deve ser administrada de forma responsável. Chega dos desmandos da chesf. Vazão sai de 800 m3/s para 3000 m3/s em menos de 12 dias.