Destaque na FLIP, petrolinense Aldy Carvalho aproveita para autografar obra mais recente

por Carlos Britto // 27 de novembro de 2023 às 21:35

Foto: divulgação

Reunindo anualmente medalhões nacionais e estrangeiros da literatura em Paraty, litoral do Rio de Janeiro, a Feira Internacional de Literatura (FLIP) teve como destaque no fim de semana A Casa da Literatura de Cordel – uma ação de salvaguarda deste patrimônio cultural brasileiro, protagonizada pelos coletivos de cordelistas de várias regiões. Um dos autores e defensores do gênero que marcou presença no espaço foi o poeta e cantador petrolinense Aldy Carvalho, que lançou seu livro ‘O Cavaleiro das Léguas’, no Sobrado do Iphan, com o pocket-show ‘O Cantador e o Poeta’, ao lado de João Gomes de Sá e Marisa Serranno.

Na programação da Casa ocorreram várias atividades em espaço exclusivo aos poetas voltados para linguagem do cordel, a exemplo da Ciranda do coletivo da salvaguarda da Literatura de Cordel; A Hora do Folheteiro, com declamações espontâneas dos cordelistas; Cordel Cantante; Contação de Histórias de Cordel; e cantorias. Convidado especial para a programação, o poeta, cantador, violonista e cordelista sertanejo, pernambucano de Petrolina, Aldy Carvalho, autografou na sua mais nova obra literária – o romance catingueiro e poético ‘O cavaleiro das Léguas’, editado pela editora Nova Alexandria.

Com ‘O Cavaleiro das Léguas’, Aldy estabelece um rigor literário-magistral em sua multifacetada obra, que passeia por diversas linguagens para além da música e literatura. O autor atravessa os horizontes do cordel, do conto maravilhoso, da fábula, da crônica e do romance na condição da criatividade aberta ao endossar sua criatividade conectada com a intertextualidade.

Alegoria

O educador e ensaísta Ely Veríssimo endossa que O Cavaleiro das Léguas, é uma alegoria sobre muitas coisas. “Imagine-se, caro leitor, numa gesta, isto é, num combate. Esse combate, no entanto, embora você esteja paramentado como um cavaleiro, portando espada e escudo e armadura, e montando seu belo Rocinante como um Dom Quixote, ou como um Sir Galahad, não é um combate entre dois cavaleiros numa disputa qualquer”, observa.

Ainda sobre a obra, Veríssimo enfatizar que o autor dá voz ao eterno feminino. Assim, “é um poema sobre a busca da parte que nos falta e que não é um objeto a ser tomado, mas um presente em face de uma transformação ética, que se reflete no respeito pela vontade dela”.

Você não está diante de uma donzela frágil e indefesa, e não pense que será dela o protetor ou dominador porque a conquistou no combate. Muito ao contrário: é com ela o combate final, combate virtuoso em que nenhum dos dois sairá derrotado, e do qual advém o seu valor definitivo. É dela a escolha, é dela a decisão e isso, meu caro, é inelutável”, escreveu, ao acrescentar que em O Cavaleiro das Léguas, Aldy Carvalho atualiza o tema das gestas cavalheirescas do ciclo arturiano. Durante a apresentação, Aldy ressaltou a importância do cordel no horizonte da literatura popular e endossou a importância da inserção dos livros com poesia em cordel da educação.

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