Deputado Túlio Gadêlha vai analisar impasse sobre liberação de licença no Pontal

por Carlos Britto // 30 de agosto de 2021 às 08:18

Foto: Ascom Sintraf/divulgação

Desenhado para possuir 299 lotes familiares agrícolas e 37 empresariais, o Projeto de Irrigação Pontal Sul, na zona rural de Petrolina, encontra-se numa ‘encruzilhada’. Dois anos após a assinatura dos contratos de compra e venda, apenas 150 agricultores já receberam as unidades. Destes somente 20 adquiriram licenciamento para produzir em suas áreas. Um impasse envolvendo quem comprou – a AMMA (Agência Municipal do Meio Ambiente) e o Estado, por meio da CPRH – impede a liberação das licenças ambientais, travando o início do plantio. O conflito tem gerado insegurança jurídica para os agricultores, que, apreensivos, buscaram apoio do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), durante sua visita no sábado (28) à cidade.

O pedetista cumpre agenda na região e se reuniu com a categoria na entrega de um caminhão VW 14.190 Volkswagen na sede do Sindicato dos Agricultores Familiares de Petrolina (Sintraf).

O licenciamento ambiental define a liberação, ou não, dos empreendimentos no país, visando a proteger o meio ambiente e os biomas brasileiros. Se a atividade for liberada, o licenciamento determina medidas para que ela seja sustentável, tendo o menor impacto possível. Um pequeno produtor que pretende cultivar no Projeto Pontal e precisa desmatar áreas de Caatinga, por exemplo, deve licenciar o lote junto às agências ambientais e levar em consideração as regras de licenciamento.

O desmatamento de áreas no Pontal, no entanto, era uma responsabilidade da 3ª Superintendência Regional (SR) da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e que foi transferida aos agricultores em 2019 (ainda na fase de licitação).

A gente assumiu o desmatamento individual para facilitar o processo com a AMMA, mas a agência municipal foi barrada pelo CPHR. Fomos na lá Codevasf, só que eles disseram que não poderiam fazer nada porque era preciso seguir o edital, que tinha sido retificado“, explica Eliete Ferreira, uma das compradoras dos novos lotes. “Então, pedimos a carência da água, uma vez que já pagamos R$ 1.600 mensais, mas a Codevasf também falou que o edital não dá direito a carência“, diz.

Outra reivindicação da gente é o kit de irrigação. Nós não estamos pedindo o kit de graça, queremos apenas que liberem o financiamento para que possamos ter um sistema de irrigação o qual possibilite a produção em nossos lotes. Já com relação a deputados e outros políticos, nós tentamos buscar apoio, mas, infelizmente, nenhum veio conversar com a gente ou marcar alguma reunião pelo menos“, complementa o agricultor Kelliton Alves.

Outras demandas

De acordo com esses colonos, existem outras sérias demandas ligadas à posse e ao uso dos lotes recém-adquiridos, contudo, preferem se concentrar em três:

– Resolução do impasse entre AMMA e CPRH, que resulte na ágil liberação das licenças ambientais;

– Uma carência de água através da Codevasf por pelo menos 1 ano;

– Liberação do financiamento para a compra dos sistemas de irrigação.

O parlamentar ouviu as queixas dos agricultores enquanto realizava a entrega do caminhão aos membros da Cooperativa Mista de Produtores Agrícolas de Petrolina (COAMPRE), no prédio do Sintraf. A compra do veículo ocorre após a inclusão no orçamento da emenda participativa do deputado.

Isso é como se a gente trabalhasse a vida toda e na hora de se aposentar o governador vem e diz: ‘espera aí que vou entregar sua aposentadoria’. Mas você espera por anos e anos aquilo que é um direito seu“, afirma Gadêlha, sobre a situação do Projeto Pontal. “Primeiro eu quero dizer que eu não tinha noção desse pleito, e, segundo, que a gente vai levar isso para o gabinete e avaliar como poderemos ajudar“, frisou.

Próximos passos

Com o alinhamento do pedetista aos colonos que compraram os lotes e sua contribuição à COAMPRE, a categoria agora espera que outras autoridades simpatizem pela causa. Os agricultores vão reforçar o diálogo junto à Codevasf e, segundo as lideranças, aumentar a cobrança para que AMMA e CPRH se entendam. Até agora o governo federal já investiu R$ 380 milhões nos Projetos Pontal Norte e Sul, que têm um total de 29 mil hectares, dos quais 7,9 mil são destinados à irrigação. Um gigantesco empreendimento com potencial para gerar mais de 12 mil empregos, mas que se esbarra em conflitos de competência entre os órgãos municipal e estadual.

Deputado Túlio Gadêlha vai analisar impasse sobre liberação de licença no Pontal

  1. Sanfranciscano disse:

    Ou seja, Pernambuco nada faz pelo São Francisco e quando o Governo Federal faz o Governo do Estado (CPRH) atrapalha. É brincadeira! Esperando os comentários dos puxa-sacos do governador; dos anti Coelho e dos anti Petrolina em 1…2…3…

  2. O POVO TÁ DE ÔLHO disse:

    O Projeto Pontal Sul, no final de 2002 já tinha toda área de Empresa pronta para Irrigar. Só que veio o PT e travou tudo. Já no Governo Dilma resolveu-se dar prosseguimento ao Projeto, só que dando um calote naqueles que negociaram suas terras para a implantação do Projeto, ou seja o Projeto foi licitado como um todo para uma Empresa de Comunicação e Publicidade, que nada tinha ver com irrigação. E pasmem, quando para se iniciar o Projeto, na primeira audiência pública, no povoado de Uruás, com participação de todo Staf do CPRH, cuja exigência foi de direcionar um lote de pequeno produtor para os donos das terras. Depois, com o Governo PT o CPRH já facilitou para que se vendesse o Projeto só para uma Empresa. Essa Empresa comprou o Projeto para anos mais tarde devolver para a CODEVASF. Resta saber se essa Empresa pegou financiamento no BNDES E DEPOIS PULOU FORA. E o projeto até hoje não funciona. Pasmem, desde 2002 já era para estar produzindo.

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