Deputado socialista critica processo de eleições das comissões na Alepe

por Carlos Britto // 02 de março de 2023 às 14:29

Foto: Ascom/divulgação

Durante a eleição do presidente e vice-presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na manhã de ontem (1), o deputado estadual Waldemar Borges (PSB) fez duras críticas ao processo de disputa, que envolveu a interferência do Executivo nas decisões da Casa de Joaquim Nabuco. “Vivemos um episódio muito ruim e inédito ao longo desse processo, no qual prevaleceu a não política, a não capacidade de dialogar e isso é muito ruim, não apenas para este parlamento, mas também para a própria democracia “, disse, no início de sua fala.

O deputado, então, passou a descrever todo o processo, que teve início com o líder do Governo, Izaías Régis, indo para a imprensa, há uns 20 dias, dizer quem seriam os presidentes das principais comissões. “É legítimo o interesse, o acompanhamento, a preocupação e, até em certa medida, a participação do Executivo com o que acontece nesta Casa, mas não da forma como aconteceu nesse episódio. Aqui o que houve foi uma intervenção direta, cheia de manobras, culminando com a interferência em um partido, modificando, a partir do Palácio, a representação dele dentro das comissões“, relatou.

Borges ressaltou que a Casa tentou, democrática e amadurecidamente, trilhar um caminho diferente e, num esforço coletivo, construiu uma proposta de entendimento que foi apoiada pela totalidade dos seus líderes, inclusive o líder do Governo. Essa proposta foi levada ao Palácio do Campo das Princesas, onde foi solenemente ignorada, “numa demonstração de intransigência e desatenção com a Assembleia, poucas vezes vista na relação entre os poderes”, desabafou.  Segundo ele, foi a partir daí que se começou a falar em bate-chapa.

Procurei em seguida o deputado Antônio Moraes para tentarmos resgatar a capacidade de fazer política, de discutir e de ponderar e a gente não teve sucesso. O que ocorreu depois foi o que todos vimos:  manobras regimentais, esvaziando reuniões nas quais o governo temia ter menos votos que a oposição. Logo depois, a tática ficou explícita: ganhar tempo para a partir de uma participação direta promovida a partir do palácio, e ali executada, se promover a destituição do então líder do PL e depois promover a sua substituição nas comissões “, criticou.

Intervenções

Segundo Borges, O que vai se consolidando a partir de intervenções desse tipo é a ideia da intransigência. “Aqueles que diziam que o PSB usava do rolo compressor, devem estar vendo agora que o PSB era Jardim de Infância para esse tipo de coisa, frente à tratorada que o governo promoveu“, ressaltou, para logo depois lembrar que o PSB, durante muitas legislaturas, teve a maior bancada, porém nunca usou essa maioria vinda das urnas para sequer presidir a Mesa Diretora.

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