Num misto de surpresa e indignação pela notícia de que a nascente do Rio São Francisco que fica dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, secou, a deputada Terezinha Nunes (PSDB) levantou a questão na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta quarta-feira (24). Ela pediu ao governo federal e aos gestores estaduais que discutam a situação calamitosa do Velho Chico.
Segundo a parlamentar, o curso do rio até a primeira queda d’água, a Cachoeira Casca D’Anta, só não secou totalmente porque outros rios ainda têm alguma água. Essa nascente é a principal de toda a extensão do rio, que tem 2.700 km.
O São Francisco é o maior rio totalmente brasileiro, e sua bacia hidrográfica abrange 504 municípios de sete unidades da federação: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. Ele nasce na Serra da Canastra, e desemboca no Oceano Atlântico, na divisa entre Alagoas e Sergipe.
A situação começou a se agravar em abril do ano passado, e se agravou com a estiagem. As principais barragens do Alto São Francisco, que são a de Três Marias e Sobradinho, estão sendo ameaçadas e se aproximam do limite de volume útil de água. Ou seja, a água dos principais afluentes está chegando ao nível zero, e a biodiversidade do rio está comprometida, além de a qualidade do rio estar se deteriorando.
Transposição
No seu discurso, Terezinha lembrou a recente visita que fez a Petrolina, no Sertão pernambucano, e ouviu as preocupações de empresários e da população. De acordo com a parlamentar, eles acreditam que, com a transposição, o rio será ainda mais agredido, pois mais água será retirada do manancial – que já se encontra com nível baixo.
Ela ainda lembrou a greve de fome do frei Luís Flávio Cappio (em 2005 e 2007), em protesto contra o projeto da transposição, e a postura da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de buscar o diálogo com o então presidente Lula. (Foto: Assessoria/divulgação)


