Os integrantes do Movimento ‘O Vale Acordou’ deixaram, por volta das 22h, a Prefeitura de Petrolina. Eles estavam na calçada do prédio há 16 dias, mas ocuparam a antessala do gabinete do prefeito na manhã desta terça-feira (30), depois que alguns manifestantes foram agredidos por homens da Guarda Municipal, na noite de ontem (29).

O promotor de Justiça, Carlan Carlo da Silva, e o comandante do 5° Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Henrique Sena, intermediaram as negociações entre o Poder Executivo e o grupo. Após deixarem o prédio, os jovens permaneceram na calçada da prefeitura à espera dos documentos, objetos e barracas, que foram entregues pela Guarda Municipal ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

No entanto, para frustração de muitos dos manifestantes, a maioria dos pertences não foi entregue. Amanhã (31), às 10h, eles irão ao MPPE em busca das barracas e dos aparelhos eletrônicos. Porém, muitos objetos ainda não foram encontrados e o grupo acusa os guardas municipais de terem roubado alguns itens.

O sumiço dos objetos foi motivo de preocupação. Na tentativa de resolver o impasse, uma comissão do ‘O Vale Acordou’ e alguns assessores do prefeito Júlio Lóssio (PMDB) se reuniram – em um encontro que demorou mais de uma hora – para que um acordo fosse feito e os manifestantes tivessem a garantia de que teriam seus pertences devolvidos.

O secretário de Governo, Orlando Tolentino, garantiu que a Procuradoria Geral do Município irá instaurar um inquérito para investigar o caso e os possíveis excessos dos homens da Guarda. Aqueles que não receberam os objetos de volta deverão acionar a Justiça para requerer o ressarcimento por parte do Poder Executivo.

Assembleias

Os manifestantes realizaram duas grandes assembleias – uma à tarde e outra à noite – para definir os passos do movimento. Uma parte do grupo queria permanecer na calçada da prefeitura, outra defendia a retirada – devido ao cansaço dos 16 dias de acampamento e a madrugada violenta. O impasse durou horas.

Depois de muita discussão, com a exposição dos pós e contras, o grupo decidiu que não iria mais ocupar o local. Os manifestantes definiram as próximas ações e já marcaram um grande ato para esta quarta-feira.

Por Monyk Arcanjo