O vereador de Petrolina, Alvorlande Cruz (PTC), está ainda mais confiante com a iminência de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ser instalada na Casa Plínio Amorim com vistas a investigar a doação de terrenos públicos na cidade, por parte do Executivo Municipal. O documento, que já tinha quatro assinaturas – a dele, a de Osinaldo Souza (PSB) e as dos colegas governistas Dr.Pérsio Antunes (PMDB) e Raimunda Sol Posto (DEM) – ganhou mais dois reforços. O vereador Zenildo do Alto do Cocar disse que assinará o documento, bem como o vice-presidente da Casa, Ibamar Fernandes (PRTB). Mas ainda não assinaram.

Em entrevista ontem (18) no programa Carlos Britto no Ar (Grande Rio AM), o vereador afirmou que solicitará de Alvorlande a documentação sobre os inúmeros terrenos doados pelo município, para daí então tomar um posicionamento. Zenildo deve fazer o mesmo. De acordo com Alvorlande, há casos graves, de terrenos que hoje valem nada menos que R$ 2 milhões, mas foram trocados com instituições privadas por um valor cinco vezes menor. Porém essas instituições acabaram por não cumprir sua finalidade social, como deveriam.

“Com esse dinheiro dava para fazer mil casas populares. E tem gente em muitos bairros, como o Cacheado, precisando de moradias. Não queremos prejudicar nenhum empresário, apenas que dêem sua contrapartida social”, justificou.

O vereador oposicionista lembrou, por exemplo, a área doada para a construção do River Shopping em 1995 (gestão do ex-prefeito Fernando Bezerra Coelho), e que agora a direção do River quer cobrar pelo estacionamento. Para Alvorlande, a decisão é uma afronta porque prejudica os petrolinenses que já pagam por serviços oferecidos, como o do Expresso Cidadão ou da Caixa Econômica. O próprio Alvorlande, juntamente com Márcia Cavalcante (PMN), Maria Elena e Pérsio Antunes (PMDB), chegaram a acionar o Ministério Público Estadual (MPE) para evitar a cobrança.

O órgão judiciário, por sua vez, solicitou à Casa as leis sobre doação de terrenos públicos dos últimos 15 anos. Já o principal articulador da CPI adiantou ao Blog já ter enviado ofícios à direção do shopping solicitando informações sobre o processo de doação, bem como deverá proceder da mesma forma junto ao cartório. A intenção é saber como o terreno, entre os demais doados, foi escriturado se não houve autorização dos vereadores. Nesse trabalho de investigação, Alvorlande defende inclusive uma comissão mista, formada por representantes do Executivo e Legislativo.