Contas de Lossio continuam gerando discórdia entre governistas e oposicionistas na Casa Plínio Amorim

por Carlos Britto // 20 de dezembro de 2017 às 08:39

As contas de 2010 do ex-prefeito de Petrolina, Julio Lossio, continuam gerando um jogo de palavras entre governistas e oposicionistas na Casa Plínio Amorim. Aliado do atual prefeito Miguel Coelho, o vereador Ronaldo Cancão (PTB) – que foi adversário de Lossio na legislatura passada – voltou a reforçar que o ex-gestor cometeu irregularidades no exercício do cargo, ao repassar de forma indevida o duodécimo à Câmara de Vereadores.

Segundo Cancão, o percentual do duodécimo à época – de acordo com a população do município, que era de 265 mil habitantes – deveria ser de 6,37%. No entanto, Lossio teria repassado 7%, o que equivale a um recurso a mais de R$ 426 mil. A novidade agora, segundo o vereador, é que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) entrou com ação de improbidade na Vara da Fazenda Pública de Petrolina, ano passado, reiterando a rejeição de contas recomendada em 2010 pelo Ministério Público de Contas.

Cancão informou que teve acesso na última segunda-feira (18) ao documento do MPPE, assinado pela promotora Ana Cláudia de Sena, última segunda-feira (18). Ele disse ainda que o município já foi notificado sobre o assunto. O governista frisou ainda que pode ter ocorrido um equívoco na decisão do TCE-PE, que emitiu parecer pela aprovação com ressalvas das contas de Lossio. “O Tribunal de Contas pode mudar a decisão de um processo com uma nota técnica. Só que a nota técnica não corrige o dinheiro de R$ 426 mil que o (ex) prefeito pagou a mais no duodécimo da Casa. Essa conta só foi paga, em parte, em 2011. Então a conta não fecha, e não deixar de ser um crime. Até porque prefeitura não é banco para estar emprestando dinheiro à Câmara”, avaliou.

Líder oposicionista

O líder da bancada oposicionista Paulo Valgueiro (PMDB), no entanto, segue na mesma linha do ex-prefeito e do filho dele, Julinho, que tratam o assunto como “pauta requentada”. Ele justificou que o MPPE oferece as denúncias, mas cabe ao TCE-PE a derradeira decisão. E, segundo ele, o Tribunal elaborou um parecer final recomendado a aprovação de contas de Lossio com ressalvas, mas colocou alguns itens que deveriam ser mais bem executados pela gestão da época. “Isso é comum na tramitação do Tribunal de Contas”, pontuou.

Valgueiro citou como exemplo uma denúncia, na semana passada em Brasília, feita pela Procuradoria Geral da República contra o senador Fernando Bezerra Coelho e outros parceiros em relação à má condução de recursos quando comandou Suape. “Precisamos ter muito cuidado. Nem sempre a denúncia que o Ministério Público oferece vai ser aceita pelo juiz ou resultar em condenação de quem recebeu a denúncia”, complementou Valgueiro. Ele deixou claro, como já tinha dito em várias ocasiões, que Lossio “está extremamente tranquilo” em relação as suas contas.

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