Contagem do governo é desfavorável pelo impeachment de Dilma

por Carlos Britto // 13 de abril de 2016 às 06:25

dilmaNa guerra pelos votos para tentar barrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília nesta terça-feira (12), e almoçou com os ministros Jaques Wagner, do Gabinete Pessoal da Presidência, e Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo. A contagem de votos não está favorável ao governo, apesar do discurso oficial ser de que há garantia de que possuem pelo menos os 172 votos para impedir o afastamento da presidente. “A situação está mais complicada”, comentou uma fonte no Planalto, ao reconhecer que “o clima é contra nós”.

O clima está sendo considerado negativo principalmente porque, apesar do enorme esforço e mobilização para convencer os deputados, nem mesmo o ex-presidente Lula está conseguindo reverter os votos perdidos e nem convencer os indecisos. Embora o discurso entre os mais realistas seja de que o governo não tem os 172 votos, os ministros governistas destacam que também, para a oposição, a situação não está resolvida porque eles não têm os 342 votos que precisam para garantir o impeachment. A avaliação é que, atualmente, há incerteza sobre se o afastamento de Dilma se concretizará.

Os 44 indecisos, contabilizados até às 21h45 pelo Placar do Impeachment do Estado, estão na mira do governo. Mas o Planalto diz que destes 44 que aparecem como indecisos ou mesmo dos outros 42 que não responderam à pesquisa, vários apoiam a presidente, mas preferem não declarar seu voto para não se expor. O fato é que há um grupo entre 50 a 60 parlamentares que atende os apelos para conversar e negociar tanto do governo, quanto com a oposição e é sabido que este número poderá desequilibrar o jogo e levar a balança para um lado ou outro.

Mesmo no mar de notícias ruins, como a do PP e PRB, que anunciaram voto pelo impeachment e desembarque do governo, o Planalto sinaliza que teve notícias boas ao longo do dia. Assessores da presidente destacam, no entanto, que ainda há deputados do partido fiéis ao Planalto e asseguram que estes – que não se sabe exatamente quantos são, mas que se estima que serão pelo menos 14 dos 49 – serão recompensados. “Esta minoria será prestigiada”, garante um assessor palaciano. A boa notícia, segundo um dos interlocutores do governo, é que o PMDB liberou sua bancada. Os três ministros do partido anunciaram também que retornarão à Câmara para que não haja dúvidas em relação a estes votos. (fonte: Estadão/foto reprodução)

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