Conheça as ações que subiram e as que mais caíram em 2008

por Carlos Britto // 02 de janeiro de 2009 às 14:47

As ações da Nossa Caixa destoaram da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e deram um salto de 199% ao longo de 2008. No sentido inverso, as da construtora Rossi Residencial despencaram 83,33% e foram as que mais se desvalorizaram entre os papéis listados no principal indicador de ações do país, o Ibovespa.
Os dados são da consultoria Economatica e se referem à variação acumulada do início de 2008 ano até o fechamento de ontem, penúltimo pregão do ano (veja tabelas abaixo). No período, o Ibovespa caiu 42%; as ações preferenciais da Petrobras, 47%; as da Vale, 51%.
Os papéis da Nossa Caixa começaram a subir com força a partir de maio, quando aumentaram os rumores de que o banco poderia ser vendido.
Em novembro, quando o Banco do Brasil anunciou oficialmente a compra da instituição paulista, as ações saltaram 97%.
A segunda ação que mais subiu, da Brasil Telecom Participações, também foi impulsionada por uma operação de compra. Em novembro, o governo publicou decreto referente ao novo Plano Geral de Outorga, permitindo que uma empresa de telefonia fixa compre outra em área diferente, o que dá respaldo legal para o negócio entre a Oi e a Brasil Telecom.
Ainda, “em momentos de aversão a risco, ações na área de telefonia e energia ficam bem demandadas”, afirma Álvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Ágora. Empresas nessas áreas são mais recomendadas em momentos de crise porque não dependem tanto do crescimento econômico nacional e internacional.
Isso explica por que, entre os dez papéis do Ibovespa que subiram no acumulado do ano, sete são das áreas de energia ou telefonia.
Já a Natura, que não pertence a nenhum desses ramos, conseguiu se valorizar em 16,22%. Segundo Bandeira, o principal motivo é que a empresa já tinha caído muito (cerca de 40%) em 2007 devido a um processo de reestruturação interna. Em 2008, a companhia fez novas mudanças estruturais que, desta vez, agradaram os investidores. As empresas do ramo de construção civil foram afetadas pela crise internacional de crédito, segundo Jason Vieira, economista-chefe da consultoria UPTrend. Isso explica a queda de mais de 80% da Rossi Residencial e de 70% da Gafisa. Com mais dificuldade de obter empréstimo, os consumidores tendem a adiar a compra de imóveis.

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