Com aumento da dengue em PE, Fiepe teme prejuízos de R$ 84,5 milhões em 2024

por Carlos Britto // 06 de maio de 2024 às 21:00

Foto: arquivo/reprodução

O aumento dos casos de dengue e de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti neste ano, além de afetar a saúde de milhares de pernambucanos, vem também comprometendo a operação das indústrias do Estado. De acordo com o estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), o impacto financeiro até agora foi de R$ 35,5 milhões. Se os casos continuarem em ascensão, estima-se que haja um choque de R$ 84,5 milhões na produtividade de todos os setores econômicos do Estado – indústria, comércio e serviço. Pernambuco está entre os cinco Estados com tendência de aumento de casos, conforme o Ministério da Saúde.

De acordo com o economista da Fiepe, Cézar Andrade, a incidência das arboviroses tem sido uma preocupação constante para as indústrias. “É que, com os casos, as empresas vêm enfrentando desde o aumento do absenteísmo devido às licenças médicas até a redução da eficiência do trabalho, em razão dos sintomas causados por essas doenças“, analisou.

Ainda conforme os dados do levantamento, os empresários foram questionados sobre o principal impacto nas suas indústrias e os resultados foram os seguintes: 45,56% deles citaram a queda na produção como principal impacto; já 34,44% das indústrias precisaram realocar seu pessoal, enquanto 15,56% tiveram que pagar hora extra para compensar o afastamento dos colaboradores com as doenças. Apenas 4,44% dos empresários industriais afirmaram que foi necessário realizar novas contratações.

Sobre as faltas dos trabalhadores, inclusive, a sondagem revelou que o percentual de absenteísmo foi de 8,34% e que a perda de produção devido ao afastamento por arbovirose, por cada trabalhador em Pernambuco, chega a ser de R$ 2.012,71, considerando sete dias de afastamento. Além disso, quase 73% dos empresários entrevistados informaram que tiveram empregados afetados por alguma doença transmitida pelo Aedes aegypti.

Diante desse cenário, a diretora de Saúde e Segurança da Indústria do Sesi-PE, Fernanda Guerra, faz um alerta sobre a importância do diagnóstico da dengue, da chikungunya e da zika, para que seja realizado o tratamento adequado de imediato para cada doença, uma vez que os colaboradores podem achar que é apenas um resfriado ou uma virose e, assim, acabarem camuflando, por exemplo, um possível foco de dengue dentro da empresa. “Para isso, o Sesi-PE, que integra o Sistema Fiepe, oferece exames de diagnóstico. Com a identificação da doença, o funcionário se trata da forma adequada e volta a trabalhar mais rapidamente, diminuindo o índice de absenteísmo e evitando o comprometimento da produtividade das indústrias“, explica.

Além disso, Fernanda ressalta que o Sesi-PE também dispõe de um canal de telemedicina, criado pelo Sesi Nacional, para atender os trabalhadores da indústria e seus dependentes com suspeita de dengue. Os trabalhadores que apresentarem sintomas da doença, poderão ter, por meio do WhatsApp (61) 3317-1414, acesso a assistência e a orientações em saúde especializada.

Portes das empresas

As informações captadas nesta pesquisa mostram ainda que 24,32% são de micro indústrias, 32,43% são pequenas indústrias, 27,03% de médias e 16,22% de indústrias de grande porte, segundo critério por número de funcionários e faturamento.

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