Especialistas da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (AESO) recomendam que médicos adotem novos critérios para diagnóstico e tratamento de obesidade. Publicados em artigo da revista Nature, os novos critérios incluem outras métricas, além do Índice de Massa Corporal (IMC), como a distribuição de gordura corporal, especialmente na região da barriga, e a presença de comorbidades, como diabetes e hipertensão. O novo modelo já está sendo seguido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade.
De acordo com a médica do Núcleo GA Petrolina, Dra. Karla Adriana, os novos critérios permitem uma avaliação mais fidedigna da composição corporal. “O tratamento será direcionado para o alcance da composição corporal ideal, não apenas considerando o peso, com objetivo de também tratar os sinais de doenças associadas apresentados por cada indivíduo”, explica.
Anteriormente, a obesidade era classificada principalmente com base no IMC, calculado dividindo o peso da pessoa pela sua altura ao quadrado. A Dra. Karla explica que, apenas com o IMC, essa classificação poderia ser equivocada. “Com os critérios anteriores, o risco de um diagnóstico equivocado era maior, e, consequentemente, o tratamento da obesidade de forma inadequada, o que leva a um risco de desenvolver doenças metabólicas, cardiovasculares, neurológicas e diversos tipos de cânceres”.
Para a médica, essa mudança pode ser considerada um avanço. “Com essa nova definição, ocorre o reconhecimento de que a obesidade é uma doença que advém de diversos fatores. Assim, podemos realizar um cuidado mais humanizado, fortalecendo ainda mais a necessidade do tratamento precoce”, finaliza.