Cemafauna resgata mais de 121 mil animais em sete anos de atuação

por Carlos Britto // 20 de novembro de 2015 às 14:33

resgate embarcado - cemafauna

Desde 2008 até setembro de 2015 o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) já realizou resgate de mais de 121 mil animais ao longo dos trechos da maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil, o Projeto de Integração do São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF), realizado pelo Ministério da Integração Nacional.

Dos 38 Programas Básicos Ambientais (PBA) estabelecidos pelo Ministério, como exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para a obra, o Cemafauna Caatinga abraçou o PBA 23 – Programa de Conservação de Fauna e Flora.  O Programa assegura diretrizes para a conservação da fauna e flora locais, tudo em prol de uma gestão biologicamente sustentável, visando o menor impacto possível à natureza.

Há equipes de analistas ambientais do Centro nos dois Eixos do PISF, o Norte e o Leste. Atualmente, no Eixo Norte, nas cidades de Cabrobó (PE), Jati (CE), Brejo Santo (CE) e São José de Piranhas (PB) há biólogos e veterinários realizando resgate de fauna tanto terrestre quanto embarcado. O mesmo acontece no município de Floresta (PE), Eixo Leste, onde dia e noite são retirados os expurgos da vegetação suprimida para a construção dos canais e reservatórios.

Como exemplo dessa atuação está o resgate embarcado realizado pela analista ambiental Gabriela Felix – que em apenas três semanas realizou o salvamento de 1.086 animais, somente na área dos 360 hectares do Reservatório Tucutu em Cabrobó. Esse é um dos primeiros reservatórios a receber água do Rio São Francisco em caráter de teste tanto da bomba quanto das paredes do canal e agora já está em funcionamento. Na maioria dos resgatados estão répteis e mamíferos de pequeno porte como cobra-corredeira, calango-de-muro, calango-de-pedra, briba-grande, cobra-cadarço, rato-de-árvores e rato-rabudo.

Ação

Durante o período de enchimento do reservatório surgem pequenas ilhas que passam a abrigar pequenos répteis e mamíferos, os quais não conseguem se deslocar para uma área que não será inundada. É nessa hora que as equipes do Cemafauna entram em ação, acompanhando o processo utilizando o barco para percorrer toda a extensão do reservatório que já estava sendo alagada.

“Temos que retirar esses animais porque eles não conseguirão nadar até uma parte que ficará completamente seca, mesmo aqueles que têm a capacidade de nadar, mas se deslocam em pequenas distâncias, os que têm hábito de se abrigar em fendas e pequenos orifícios rochosos”, observa Gabriela. Depois de resgatados, os espécimes passam pela triagem, registro fotográfico e identificação. Quando possível determina-se o sexo, e são transladados para um ponto de soltura, numa área que esteja mais afastada do alagamento para evitar que eles fiquem ilhados novamente. “Conseguimos realizar a soltura da maior parte dos animais, principalmente daqueles advindos do resgate embarcado no qual temos uma baixa taxa de mortalidade”, concluiu.

A outra parte que não está apta para soltura é levada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Cemafauna, onde recebe todos os cuidados necessários para reabilitação e reintrodução na natureza. (fonte/foto: Ascom Cemafauna)

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