Cemafauna lança campanha para alertar que macacos não transmitem febre amarela

por Carlos Britto // 08 de fevereiro de 2018 às 09:00

O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), em Petrolina está realizando uma campanha para reforçar que macacos não transmitem febre amarela. Muita gente desconhece o fato de que esses animais são vítimas tanto quanto humanos, e sucumbem rapidamente. Na verdade, eles são os ‘sentinelas’, ou seja, servem de alerta para as instituições de saúde, mostrando que tal área está sob o foco da doença, dessa forma, colaborando para a elaboração de ações preventivas.

A febre amarela é transmitida somente pelo mosquito Aedes aegypti e mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, tanto nos humanos quanto nos macacos.

A campanha, intitulada ‘Febre amarela não é culpa dos macacos!’, alerta a população local e comunidade acadêmica do Campus de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), zona rural de Petrolina, sobre a importância da conscientização a respeito do ciclo de transmissão do vírus, que no país, de acordo com o mais recente boletim epidemiológico, de 1º de julho de 2017 a 6 de fevereiro de 2018, registrou 353 casos, sendo destes 98 mortes.

Pernambuco não consta no mapa de casos notificados e confirmados de contaminação com a doença. Apesar disso, em Petrolina, a Secretaria de Saúde recebeu 200 novas doses da vacina, que já estão disponíveis desde 19 de janeiro, e reforça que o público-alvo (crianças – a partir dos nove meses – que viajarão para regiões consideradas de risco, bem como adultos – até 59 anos – na mesma situação) pode  se dirigir à AME Policlínica, das 8h às 17h, no Centro da cidade.

Ciclo

O ciclo de transmissão da febre amarela, de acordo com o Ministério da Saúde, é o seguinte:

  • O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença;
  • Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão, o silvestre e o urbano. Mas a doença tem as mesmas características sob o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico. No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados;
  • A pessoa apresenta os sintomas iniciais 3 a 6 dias após ter sido infectada.

Denúncias

A denúncia de maus tratos a macacos deve ser feita pela Linha Verde do Ibama (0800 61 8080). “Lembramos que matar, perseguir, caçar ou ainda praticar abuso ou maus tratos é crime, de acordo com a Lei federal 9605. Se encontrar macacos mortos, informe o Serviço de Saúde do município ou do estado pelo telefone 136″, frisa o Cemafauna. (foto/divulgação)

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