CBHSF e engenheiros visitam Petrolina e iniciam avaliação do Riacho Vitória

por Carlos Britto // 12 de janeiro de 2024 às 15:37

Foto: Juciana Cavalcante/CBHSF

Dando seguimento ao pedido da Promotoria de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em Petrolina, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) esteve, no início desta semana, na cidade acompanhado de engenheiros da empresa Água e Solo, contratada do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), através da Agência Peixe Vivo, para analisar um projeto emergencial de intervenção no Riacho Vitória, curso d’água, afluente do São Francisco, que corta o município e está, há anos, sob forte impacto ambiental. De acordo com o CBHSF, a visita técnica foi resultado da última reunião realizada entre o CBHSF, por meio da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, com a Promotoria de Justiça, realizada em agosto de 2023.

No encontro, a promotora Rosane Moreira Cavalcanti apresentou ao coordenador da CCR, Cláudio Ademar, sua preocupação com a situação do riacho, que recebe despejo de esgoto e agrotóxicos. Na ocasião, um projeto, encaminhado ao MPPE, foi entregue ao Comitê com o intuito de ser avaliado de forma isenta e possibilitar uma atuação conjunta entre as partes envolvidas, avaliando se o documento, que norteia obras para o curso d’água, atende às necessidades de revitalização.

Em 2022, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Petrolina recomendou à gestão municipal a elaboração, no prazo de 90 dias, de um projeto de revitalização do riacho Vitória, que também contribui para a drenagem da região sul de Petrolina desaguando na margem esquerda do rio São Francisco. Esta ação ocorreu após a instauração de inquérito civil para investigar as causas do aterramento do riacho, que está em área de preservação permanente de rio federal.

O engenheiro agrônomo, Lauro Bassi, e o engenheiro ambiental, Lucas Kehl, da empresa Água e Solo, estiveram em alguns pontos do riacho acompanhados de técnicos do MP e do coordenador da CCR Submédio para identificar os problemas apontados. Além disso, ao longo da última segunda-feira (8) também participaram de reuniões com a gerência do Distrito Irrigado Nilo Coelho, um dos maiores do país, e com coordenadores da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

Relatório

De posse de novas informações cedidas pelos órgãos, os engenheiros devem elaborar um documento de análise com recomendações. “Nossa vinda a Petrolina atende, principalmente, à demanda de análise do projeto entregue ao MPPE, mas, mediante à visita e às reuniões, ficou claro que se trata de um problema de grandes proporções e que requer ações emergenciais, e de médio a longo prazo, entendendo que só assim será possível uma solução definitiva”, afirmou o engenheiro Lauro Bassi.

A previsão é de que o relatório seja concluído até o final de janeiro e apresentado ao MPPE e a diversos outros órgãos. “Fomos solicitado pelo MPPE para ajudar no processo de entendimento das necessidades do riacho Vitória e, ao longo desse tempo, entendemos que há um problema grave instalado que atinge diretamente a população, além de uma situação de conflito devido às ocupações irregulares. O Comitê tem o entendimento de que é preciso revitalizar todo o riacho para que, definitivamente, os problemas apontados sejam resolvidos. Vamos seguir acompanhando todo esse processo e a disposição do MPPE”, explicou o coordenador da CCR, Cláudio Ademar.

A promotora de justiça, Rosane Cavalcanti, informou ainda que, após a conclusão da análise, será criado um grupo de trabalho com a participação do MPPE, do município, do Estado e do Comitê. “A partir do que for recomendado, iremos compor um grupo de trabalho para delimitar a competência de cada um no processo de revitalização. Com isso queremos definitivamente iniciar ações que busquem soluções eficazes e duradouras, e não apenas ações paliativas”, finalizou. A conclusão da análise deve ser apresentada entre o final de janeiro e início de fevereiro, em uma reunião presencial no município de Petrolina. As informações são do CBHSF.

CBHSF e engenheiros visitam Petrolina e iniciam avaliação do Riacho Vitória

  1. Passagem do Joaseiro disse:

    Como ter esperança de um comitê que tem sede em um município (Maceió) que não faz parte do Vale do São Francisco.

  2. Adelmo Queiroz disse:

    Esse problema do Riacho Vitória afeta a qualidade da água bruta, consequentemente a qualidade da água tratada servida pela COMPESA. O poder público deve emcarar esse problema como grave.

    Adelmo Queiroz
    Engenheiro quimico especialista em tratamento de água.

  3. LEVI NUNES MORAES disse:

    É triste ver como o Riacho Vitória em sua trajetória urbana em Petrolina, está de transformando num esgotão a céu aberto, começando a se assemelhar àqueles canais de Recife e o pior, indo com os dejetos do qual é vítima, diretamente para o Rio São Francisco, poluindo a água que nós mesmos dependemos dela para sobreviver!
    A intervenção se faz urgente, pra ontem.

  4. JOSE PEDRO QUIRINO disse:

    Pois é. Imagine a quantidade de agrotóxicos despejados no riacho , que por sua vez despeja no São Francisco em se capta a água ja envenenada para abastecer a população.
    Reage poder federal , a favor da saúde pública.

  5. Jorge Rodrigues disse:

    Infelizmente, o problema é real e pouco divulgado.
    Nas duas casas do Congresso Nacional apenas UMA voz faz referências aos vários problemas enfrentados pelo rio.
    Em Petrolina, na região do rio próxima à pedra que fica abaixo da ponte as baronesas afloram, indicativo de que a poluição na área é desmedida, devido ao despejo de esgotos.

  6. ARMANDO HENRIQUE BORTOLINI disse:

    Até parece que é sério. Conta outra.

  7. HELDER BRUNO DA SILVA LINO disse:

    Muito boa iniciativa do MPPE!

  8. Aline Faustino disse:

    O nome do riacho é Riacho da Porteira. Analisando a base cartográfica do Exército minuciosamente pode ser devolvido o nome original do rio. Acredito que tenha havido uma confusão pela prefeitura de Petrolina e foi sendo mantido ao longo das gestões.

  9. Danilo Souza disse:

    É lamentável como estão impactando esse riacho. Construções irregulares às margens do riacho, esgoto bruto clandestino poluindo-o. Resíduos e lixo também causando degradação do curso d’água. O Rio São Francisco recebe diariamente essa poluição que causa grande preocupação. Que os governantes e a população façam sua parte, pois a causa é urgente!

  10. Sempre Atento disse:

    Isto aí poderia ser uma riacho nos anos 60 a 80 agora isto aí é uma canal de esgotos.

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