Carnaval de Bezerros mantém viva tradição do Papangu

por Carlos Britto // 21 de fevereiro de 2023 às 20:00

Foto: Reprodução

Conhecido nacionalmente como a Terra do Papangu, Bezerros, no Agreste pernambucano, é o terceiro maior polo carnavalesco do Estado e tem a maior e melhor folia do Interior do Brasil, justamente pela tradição dessas figuras folclóricas. O município atrai milhares de foliões durante o carnaval, gerando centenas de empregos diretos e indiretos, e movimentando a economia local. Em 2023, o anfitrião da festa tomou conta das ruas da cidade.

“O sentimento é de felicidade. Não apenas pelo recomeço pós-pandemia, mas por resgatar a história do nosso papangu, que é, sem sombra de dúvidas, a principal atração dos nossos festejos de carnaval. Bezerros é do tamanho do mundo e nós queremos que todos conheçam um pouquinho dessa riqueza cultural que une cores, ritmos e alegria numa festa para todos os públicos e gostos. Bezerros está de braços abertos para acolher quem ama nossa terra, nossa gente e nossa cultura. Viva o nosso Papangu”, destacou a prefeita Lucielle Laurentino.

Após dois anos sem realizar os tradicionais festejos de momo devido à pandemia da Covid-19, o município voltou a receber turistas e visitantes dos quatro cantos do Brasil e até do mundo. O Papangu é presença garantida nas ruas da cidade. Ele traz de volta o sentimento de esperança, que alegra o coração do bezerrense e também quem conhece a terra do anfitrião mascarado, que é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.

Saindo em blocos ou sozinhos, com roupas combinadas e com ou sem adereços carnavalescos, os Papangus deram origem ao maior e melhor bloco de carnaval do interior do Brasil – o Bloco do Papangu. Na folia, a linguagem é uma só: felicidade.

História

A origem e evolução do Papangu de Bezerros é registrada em seis fases. A primeira fase relata a história que surgiu por volta de 1900. No período, os mascarados alegravam as festas dos senhores de engenhos, saiam pelas ruas da cidade, de casa em casa, pedindo angu de milho – uma massa consistente de farinha de milho (fubá). O famoso angu era servido puro ou com carne de bode, de galinha, de boi ou até com leite.

A segunda fase conta o surgimento da máscara confeccionada com papel de embrulhar charque, feita de forma simples, sem qualquer beleza estética. A terceira fase dá vida à máscara de tecido, inicialmente produzida com fronha de travesseiro. Na quarta fase, temos um pouco de cores, a partir da máscara de papel colê. O famoso “Cabeção” entra na quinta fase, levando alegria em seus traços, e, por fim, todo encantamento da sexta fase, com as máscaras de papel machê, mais tradicionais nos dias de hoje.

Em grupos com, no máximo, cinco pessoas, os mascarados eram anunciados pelas crianças que, com medo, gritavam “lá vem os papa-angus” e corriam para dentro de casa. Com o passar do tempo, a brincadeira virou tradição e foi passando de pai para filho.

Carnaval de Bezerros mantém viva tradição do Papangu

  1. Marciel Melo disse:

    Eita que perfeito o Carnaval!

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