A polêmica das supostas ‘farras’ nas diárias da Câmara Municipal de Petrolina causou um mal estar generalizado entre os vereadores, na sessão virtual da última terça-feira (30/06), que pôde ser traduzido na indignação do 1º vice-presidente da Mesa Diretora, Ronaldo Cancão (DEM). Dizendo-se “indignado e ofendido”, ele pediu um aparte a sua colega de Legislativo, Cristina Costa (PT), para desabafar.

Primeiro, Cancão deixou claro que as diárias para viagens estão pautadas em lei pelas casas legislativas do país e vários órgãos. Além disso, essas viagens servem para reciclar os vereadores, a exemplo do congresso realizado a cada dois anos pela UVP – entidade que responde pela classe no estado de Pernambuco.

Cancão ressaltou não ter viajado este ano nem em 2018, mas em 2017 foi com uma comissão à cidade de Brumadinho (MG), através de um requerimento apresentado por Gabriel Menezes (PSL), para constatar os estragos causados pelo pior acidente ambiental da história do país e seus possíveis efeitos que poderia trazer ao Vale do São Francisco. Com esse mesmo intuito, ele e seus colegas da comissão passaram também por Belo Horizonte, Três Marias e Pirapora, todas em Minas. Cancão disse que a comissão rodou mais de 5 mil quilômetros e utilizou apenas quatro diárias.

O vereador também citou visitas a Feira de Santana (BA) e à capital baiana, Salvador, buscando informações sobre Regimento Interno e Lei Orgânica para atualizar o Legislativo de Petrolina. Também participou do congresso anual da UVP, em Gravatá (no Agreste do Estado), já que sua colega Maria Elena estava em uma das chapas naquele ano. Além disso o evento serve como capacitação para os vereadores. Para todas essas viagens, Cancão mostrou recibos comprovando os devidos gastos.

A polêmica

Sobre a polêmica, Cancão dirigiu-se a uma assessora de Gaturiano Cigano, a qual seria responsável de compartilhar nas redes sociais uma denúncia de que 19 dos 23 vereadores teriam gastos mais de R$ 166 em diárias com viagens, de 2017 a 2020. Apenas Gaturiano, Gabriel, José Batista da Gama e Edilsão do Trânsito (MDB) – segundo a denúncia – não teriam recebido diárias. Cancão cobrou uma retratação da assessora. “Se o vereador dela (Gaturiano) não viajou (para Gravatá) é porque não quis se reciclar, mas eu respeito. Agora, exijo uma retratação dessa senhora. Banalizaram a gente, como se a gente fosse usupardores do dinheiro público. Não peguei dinheiro público. Não sou corrupto”, pontuou. Ele disse que a Casa Plínio Amorim, por meio de sua assessoria jurídica, iria soltar uma nota de esclarecimento sobre tudo o que explicou.