Bloco “Amigos dos Artistas” irá além da animação no Carnaval de Petrolina

por Carlos Britto // 08 de fevereiro de 2013 às 09:18

DSC02272_600x450O carnaval de Petrolina servirá de pano de fundo para um belo projeto social que nasceu da ideia de três representantes da cultura na cidade. O bloco “Amigos dos Artistas” foi idealizado, em princípio, para mobilizar integrantes do segmento. Mas dentro dessa concepção houve espaço para algo ainda mais abrangente.

O músico e produtor cultural Temir Santos é um dos envolvidos na causa. Ele conta que, além da diversão que o bloco iria proporcionar, ao mesmo tempo poderia servir para desenvolver atividades proveitosas.

Daí surgiram algumas oficinas criadas pelo Amigos dos Artistas, a exemplo de Maquiagem, Adereços, Customização e Dança. O trabalho foi realizado em escolas da cidade e gerou frutos. No sábado (9), por exemplo, o bloco vai levar para as ruas de Petrolina um grupo de jovens que participaram da oficina de dança. E não é só: todos os produtos confeccionados nas demais oficinas também serão expostos para serem comercializados.

Segundo Temir, a cada edição o projeto renderá homenagem a um artista local. Neste ano o escolhido foi o escultor Ranilson Viana. Além disso, ele explica que outros 20 artistas foram designados, durante os quatro dias de festa, para escolher um amigo que será homenageado com cada um deles. “Dentro desse ciclo de mobilização pretendemos desenvolver outra ações em parceria”, explica Temir.

O lançamento do projeto em pleno carnaval dá a noção exata do que pretende o Amigos dos Artistas: estar não apenas próximo às raízes da folia em Petrolina, mas promover um resgate dos seus elementos. Nesse contexto também não foi esquecida a valorização da consciência negra, com a presença de representantes de quase 60 centros de candomblé.

Apoio

Por enquanto, Temir revela que o apoio do poder público resumiu-se a uma pequena ajuda da Secretaria de Cultura de Petrolina. Os investimentos, de fato, vieram da iniciativa privada. “As empresas viram como tudo funciona e acreditaram na seriedade do trabalho”, diz Temir, que conta com a parceria de Thiago Carvalho e do artista plástico Gilclécio, o ‘Gil’ na iniciativa. E, pelo visto, tem tudo para ir mais longe ainda. “Após o carnaval, já tem uma escola que disponibilizou salas para o projeto”, anima-se Temir. Os contatos do Amigos dos Artistas são os seguintes: (87)8851-1384/9970-7787.

Bloco “Amigos dos Artistas” irá além da animação no Carnaval de Petrolina

  1. Antonio Veronaldo disse:

    CARTA ABERTA EM REPÚDIO AO DISCURSO DO PREFEITO JULIO LÓSSIO,

    A Cia Biruta de Teatro vem a público demonstrar seu profundo descontentamento com as ultimas declarações do gestor executivo de nossa cidade, o prefeito Júlio Lóssio, acerca dos eventos e festivais realizados na cidade por produtores e instituições culturais, menosprezando-os e reduzindo a diversidade da cultura de nossa cidade à um festejo, que movimenta milhões, é verdade, mas dinheiro este que privilegiou em suas cifras artistas e empresas fora da região.
    Com estas declarações, mas também com a forma com que o prefeito vem ignorando a classe artística organizada interessada em contribuir para a criação de um Plano municipal de Cultura e um Fundo Municipal de Cultura – ações que não custariam ao ano 2% do que foi gasto no São João – o prefeito demonstra inclusive desconhecer a efervescente movimentação cultural da cidade da qual a Cia Biruta de teatro se orgulha de fazer parte.
    A Cia Biruta vem se desenvolvendo e se mantendo (além de graças à garra e força de vontade de seus integrantes) em grande parte pela produção de Festivais Culturais, projetos e ações continuadas na área de cultura (que não só a de interesse da indústria e do mercado) que contribuem imensamente tanto para geração de renda quanto para sua formação e preparo dos seus artistas para uma maior dinamização de sua sustentabilidade.
    A Cia Biruta tem a oportunidade de participar como grupo, apresentando seus espetáculos produzidos anualmente com muita dedicação ao trabalho, nos seguintes festivais e projetos:
    1. Festival Janeiro tem Mais Artes (promovido pelo Sesc-Petrolina)
    2. Projeto Experimenta Cena (Sesc-Petrolina)
    3. Projeto Dramaturgia em cena (Sesc-Petrolina)
    4. Festival Aldeia do Velho Chico (Sesc-Petrolina)
    Como publico, ainda temos a oportunidade de ampliar nossa experiência estética e formação artísticas, pois a maioria dos festivais e eventos culturais consiste na oferta de apresentação artística e de oficinas, em mais festivais como:
    1. Festival Vale Dançar (Sesc-Petrolina)
    2. Festival Raiz e Remix ( Associação Raizes)
    3. Festival Vale Curtas (Associação Raizes, este ano em parceria conosco da Cia Biruta)

    (Dentre outros, que podemos ter omitido, mas estes acima relacionados são exemplos de nossa vivencia mais direta.)
    Hoje, esses projetos não tem garantia de nenhum apoio da prefeitura, mas existem e são importantíssimos para identidade cultural da cidade. A prefeitura não vem realizando há dois anos ( e não demonstra o menor interesse) sequer os Festivais que são leis conquistadas como o Festival Geraldo Azevedo da Canção e Festival da Primavera ( do qual participávamos e era como os outros citados uma oportunidade de trabalho para nosso grupo). E o apoio da prefeitura – digo apoio, somente- às produções independentes vem somente diminuindo e são cada vez mais balizadas sobre a pratica do clientelismo e do favorecimento político.
    Como podem ver acima, a Cia Biruta tem muito a agradecer a esses festivais, em especial ao SESC-Petrolina, sobretudo pela oportunidade de trabalho, mas também pela oportunidade de acesso a uma diversidade cultural negada pelo município. No entanto, é preciso deixar claro que o trabalho desenvolvido pelo Sesc não é o suficiente para garantir uma movimentação cultural condizente ao potencial artístico e cultural da cidade que fica restrito diante da falta de atuação do município – onde perde artistas e a população de aproximadamente 300 mil habitantes (indivíduos diversos) que têm direito ao acesso à cultura, que não só a difundida pela indústria dos grandes festejos juninos.
    É por isso a cidade, apesar de todos os esforços de artistas e instituições, vive um marasmo cultural, e é uma pena porque sabemos ser um desperdício quando temos um potencial humano tão bom.
    É revoltante ouvir o prefeito se usar de um discurso inconsistente e raso como este, como desculpa de todo o seus comodismo e falta de vontade no investimento em cultura da cidade. O São João pode e deve existir no calendário anual tendo a sua devida importância, mas não precisa excluir a diversidade que festivais e projetos culturais garante o acesso e a movimentação cultural, geradora de renda e de cidadania, o ano inteiro – é uma questão de sabedoria administrativa para o bem comum. Se o bem comum fosse o interesse deste gestor, nosso texto seria compreendido mais facilmente pelo prefeito, mas é valido lembrar que toda essa situação é reflexo da falta de diálogo entre a gestão e a comunidade – artistas e população em geral.
    Diante disso, nos valemos do direito que temos de expor nossa opinião e descontentamento para que a discussão acerca da Politica Pública Cultura (e falta dela), seja de conhecimento de nosso público, amigos e colegas de profissão.
    Quando nos é negado o direito à Cultura, os são negados: nossa autoestima, nossa identidade, nossa história, nossa criação, nossa expressão como indivíduo e como povo!

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