Barca Maluka e Diogo Nogueira fazem a alegria dos foliões no Carnaval de Salgueiro

por Carlos Britto // 15 de fevereiro de 2015 às 21:28

Barca Maluka em Salgueiro_640x425diogo nogueira em salgueiro_640x360Tido como um dos carnavais mais animados do interior de Pernambuco, Salgueiro, no Sertão Central, fez jus ao estatus neste final de semana. Duas atrações fizeram a alegria de quem foi ao Polo da Bomba. A primeira delas foi a Barca Maluka, tradicional banda de Olinda que transforma a folia da gurizada num paraíso de carnaval. A banda é formada por músicos vestidos com fantasias de bichos de pelúcia que tocam, dançam e interagem com o público.

Urso, cachorro, gorila, sapo, abelha, boneca, pinto e pato…eles também se deleitam com o público. O comando da festa fica com a cantora que se veste de boneca de pano e chama-se Lukinha. Ao longo da folia, ela costura um repertório de músicas carnavalescas que todos cantam em refrão. Quem marcou presença no polo da Bomba, na tarde do sábado, saiu dali já pelas 21h extasiado de tanta alegria.

A Barca Maluka reviveu clássicos de carnavais e outras que atravessam décadas no repertório das festas infantis. O frevo tradicional e as marchinhas abrem a festa com “Hino de Pernambuco”, “Vassourinhas”, “Polichinelo” e “Ai que calor”. Logo os ritmos baianos se aproximam e ai o público vai ao delírio, de Lepo Lepo a Dançando. Os refrãos que os adultos também gritam trazem de volta os anos 80 com “Superfantástico”, “Brincar de índio” e “Ilariê” da era Xuxa. Até o “Erguei as Mãos”, que virou hit do Padre Marcelo, se traduz em carnaval.

A largada de shows no palco do Polo Bomba atraiu um público eclético que queria ver um dos mais jovens e talentosos sambistas de sua geração. Do Rio de Janeiro para o Sertão de Pernambuco, Diogo Nogueira chegou de mansinho e fez todo mundo vibrar com as canções que atravessam décadas sem sair da boca do povo.

Diogo Nogueira

Em seguida foi a vez do carioca Diogo Nogueira dar o ar da graça. Nascido no berço do samba, ele sabe qual é o lema de todo carnaval. Em sua primeira vez no Sertão, o cantor – que já vendeu mais de 750 mil CDs/DVDs – emplacou canções em telenovelas, e fez mais shows no exterior como Portugal, Itália, Suíça, Inglaterra, França, Nova York, Cuba e países da África, soube bem dosar e festejar com os foliões sertanejos.

Abriu a noite com canções que eternizaram Clara Nunes, como “Mineira”, “Poder da Criação”, “Renascer das cinzas” e muitas outras. Fez o povo cantar clássicos de Martinho da Vila com a letra na ponta da língua. Foi nos hits comerciais e brincou com Mata o Papai. Transformou “De volta pro aconchego” num samba-canção.

De sua safra mandou ver “Malandro é malandro, mané é mané” e homenageou, na sequência, o que ele chama de poetas do samba e do carnaval. De Gonzaguinha, retomou “O que é, o que é?” e fez o povo cantar de novo na forma de viver e não ter a vergonha de ser feliz. Já estava em mais da metade do show e carnavalizou o pop-rock de Tim Maia, em “Descobridor dos Setes Mares”.

Na reta final, transformou o polo numa espécie de sambódromo e percebeu que a energia dos sertanejos também se conecta com sambas enredos antigos e atuais. E mais uma vez todo mundo cantou junto e sambou sambando. Antes de agradecer e se despedir o público já ordenava sua volta.

O bis não podia ser mais coerente. Uma marchinha, um frevo e um sambão.  O público não precisou pedir por muito tempo que Diogo voltasse. O artista ficou por alguns segundos atrás do palco e já veio com toda força puxando os versos de Pedras que Cantam e todos cantaram: “Quem é rico mora na praia..”, em clima de marchinha. E emendou com o “Frevo Mulher” (Zé Ramalho) que, claro, não deixou ninguém parado e sem cantar o refrão, que atravessa 40 anos. Depois carimbou o repertório final com “Vou festejar”, sucesso dos anos 70 na voz de Beth Carvalho. (Com a colaboração de Emmanuel Andrade/para o Blog/fotos divulgação)

Barca Maluka e Diogo Nogueira fazem a alegria dos foliões no Carnaval de Salgueiro

  1. Pedro disse:

    Enquanto isso em Petrolina…

  2. Pacato Cidadão disse:

    Enquanto isso em Petrolina… Mesmo sem patrocínio do governo do Estado e uma programação com artistas da terra ou desconhecidos do grande público, a quantidade de gente é 5 vezes maior que a de Salgueiro.

  3. João disse:

    Se Petrolina não tem ou teve patrocínio, a culpa toda é dessa gestão fraca que temos. Eu em toda minha vida vi uma cidade tão suja, tão desorganizada e sem investimentos.
    A arrogância, a baixaria que esse atual governo promove faz com que tenhamos uma cidade com tantas festas e variedades culturais. (Pra não falar o contrário).

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