Não são apenas Izacolândia e Rajada as únicas comunidades em Pernambuco a clamar por independência. O clamor pela emancipação está espalhado em outras partes do estado, e de forma até mais adiantada. É o caso de Fátima, distrito de Flores, no sertão do Pajeú.

Por lá a população decidiu pela criação de uma Associação Emancipadora – entidade que conta, inclusive, com alvará de funcionamento e CNPJ. O presidente da associação, Nelson Tadeu Daniel (foto), é também presidente estadual da União Brasileira dos Municípios (Ubam). Segundo ele, esse é o passo fundamental antes de iniciar qualquer discussão sobre o assunto, e precisa que população e governo municipal dêem o respaldo. Foi exatamente o que aconteceu.

“Desde 2009 vínhamos com um estudo socioeconômico sobre as condições de Fátima de se transformar em cidade. E a associação é fundamental porque é através dela que teremos um norte de todo esse trabalho a ser feito”, argumenta Nelson, deixando um recado às comissões de Izacolândia e dos distritos do norte baiano para que façam o mesmo. “No próximo dia 17 (de agosto), por exemplo, faremos uma reunião para formar uma associação emancipadora do distrito do Carmo, em São José do Belmonte”, acrescenta.

O representante do distrito de Fátima explica que, entre as tarefas da associação, está a de levantar uma série de informações que possibilitem enquadrar qualquer distrito dentro do que exige a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 13, que tramita no Congresso sobre o tema. Entre tais condições estão a base territorial, densidade populacional e uma quantidade mínima de casas e lojas comerciais.

Em Fátima, por exemplo, várias reuniões foram necessárias para conscientizar os comerciantes sobre a obrigatoriedade de tirar o CNPJ de seus estabelecimentos, já que muitos não possuíam o documento. Nelson aproveita para reforçar a importância de haver uma mínima organização no intuito de pleitear a emancipação. “Antes de qualquer outra coisa precisamos nos organizar, para que amanhã ou depois não apareça um querendo tirar proveito político desse movimento popular”, finalizou o advogado.