Por meio de artigo enviado ao Blog, o leitor Laurenço Aguiar faz uma  análise sobre o atual cenário econômico de Sento-Sé, no Norte da Bahia. Segundo ele,  o município vive uma grande contradição e muitas pessoas ainda dependem da ajuda dos programas sociais do governo federal.

Acompanhem:

Refletir sobre a Economia é preocupar-se com os agravantes sociais. Economia, no sentido amplo da palavra, quer dizer “Conjunto de normas que definem a produção, distribuição, armazenamento e consumo de bens”!

 Sento-Sé produz muito menos do que pode. Enorme parte da sociedade vive fora, ou quase fora do processo produtivo. Se não fossem os programas sociais federais, que beneficia grande parte da população, mesmo com os questionamentos lógicos, a situação econômica e social estaria ainda pior.

A maior contradição do município está na diferença entre a carência social e o conjunto de potenciais naturais para a produção agropecuária, aquicultura e mineral. A nossa economia municipal é “irmã gêmea” do nosso Sistema Político tradicional, ultraconservador, analisado em diversas matérias que tratou do assunto na imprensa regional, de forma direta e indireta.

A economia do Município se destacou na sua história por momentos de sucessos sazonais e localizados: extração do leite da maniçoba, cera da carnaúba, pluma de ema, couro de jacaré e lagartos e fibra de caroá, nos anos 40; extração do cristal de rocha (cristal branco) no povoado do Mimo, na década 50; garimpo de ametista da Mina das Cabeludas, nas décadas de 60 e 70; produção de cebola na borda do Lago, nas décadas de 80 e 90.

A arrecadação municipal via Prefeitura, em sua quase totalidade, foi gasta sem planejamento, nem cuidados legais, deixando de manter os serviços públicos, evitando a melhoria da estrutura urbana e reduzindo a circulação desse dinheiro no comércio e na economia geral municipal com prejuízos incalculáveis para a população.

Essa análise serve para todos os outros municípios do mesmo porte na região, considerando as poucas diferenças localizadas. E, mais ou menos duas décadas de atraso que Sento-Sé tem se comparado com eles.

Mesmo assim, podemos olhar para trás e observar que a nossa realidade econômica e social já foi mais problemática, de maior atraso, deixando claro que quando a população em maioria aprender entender da sua realidade, a se organizar, a fazer projeto coletivo para atrair dinheiro público e usar as riquezas naturais para produzir e comercializar profissionalmente, e, ver e tratar a coisa pública com interesse predominantemente público, passaremos a ser um município muito melhor para se viver.

Laurenço Aguiar/Leitor