Artigo do leitor: “Que jeitinho?”

por Carlos Britto // 03 de janeiro de 2016 às 21:39

jeitinho-brasileiro-1Neste artigo enviado ao Blog, o graduando em Ciências Sociais da Univasf, Silas Souza Savedra, acredita que o país pode dar outro sentido ao famoso “jeitinho brasileiro”.

Confiram:

A resposta mais comum para explicar qualquer ato antiético no Brasil é que somos providos do “jeitinho brasileiro”. Algumas pessoas veem essa denominação com certo humor e outras com certa repulsa ao tal “jeitinho”, por ser, segundo estes, uma forma degenerada de agir. Contudo, fica a questão: o brasileiro tem, de fato, uma maneira específica de comer atos corruptivos, diferente da maneira de ser antiético das pessoas de outros países? É o que dá a entender quando a expressão de um tal “jeitinho” é usada.

Particularmente, não acredito que nenhuma sociedade crie uma forma exclusiva de praticar irregularidades, muito menos existe uma sociedade que as cometa de uma forma mais repugnante que as outras, afinal toda sociedade tem suas contradições. Acredito que a expressão “jeitinho brasileiro” é mais uma das várias formas de desvalorização da nossa cultura e, consequentemente, supervalorização da cultura de outros países. O que a Antropologia chama de etnocentrismo invertido.

Na China, EUA e em qualquer país, as pessoas furam filas, vendem seu voto, entre outras coisas antiéticas. Pode até ser que em alguns lugares estas coisas sejam mais rotineiras que em outros, mas no caso específico do Brasil, deve-se levar em conta uma série de fatores externos que engendram tal problemática, como o fato de sermos um país jovem e a falta de investimento na Educação.

Tendo em vista todo esse arcabouço de desvalorização cultural, pensei que poderíamos dar um novo significado à expressão “jeitinho brasileiro”. Ora, um país que através de diversos movimentos conseguiu vencer vários momentos adversos merece não uma expressão para o degenerar e rebaixar seu povo, mas uma expressão para engrandecê-lo.

Eu conheço, por exemplo, o “jeitinho brasileiro” que desde o início lutou até onde pode contra a dominação portuguesa; conheço também o “jeitinho brasileiro” que lutou pela independência do país contra esses mesmos portugueses; conheço o “jeitinho brasileiro” dos movimentos negros que lutaram pela abolição da escravidão e até hoje lutam pela equidade social; conheço o “jeitinho brasileiro” que foi as ruas pelas “Diretas Já”, que pintou a cara e pediu o impeachment do Collor, como conheço o “jeitinho brasileiro” que elegeu um operário presidente da república.

Não posso esquecer, claro, da doméstica, do catador (a) de papelão, do pedreiro, do gari e demais trabalhadores que ganhando menos de um salário mínimo e com o “jeitinho brasileiro” sustentam suas famílias. Sou um admirador do “jeitinho brasileiro” de sorrir mesmo na adversidade, de levantar de cabeça erguida a cada queda, sou um admirador do “jeitinho” que o brasileiro tem, e esse sim é exclusivo, só nosso, o de resistir.

Silas Souza Savedra/Graduando em Ciências Sociais – Univasf

Artigo do leitor: “Que jeitinho?”

  1. João do Morro disse:

    É incrível como os petralhas tentam distorcer a ética e a moral para justificar os erros e falcatruas do PT e do governo Dilma. Esse discurso que tenta alienar o povo não cola mais. “Jeitinho Brasileiro” é sinônimo sim de ilegalidade, corrupção, ato execrável, errado e criminoso. E como disse a pouco tempo a ministra do STF Carmem Lúcia: “[…] o crime não vencerá a justiça, aviso aos navegantes dessas águas turvas.” Esse texto do senhor Silas é alienador e leviano.

  2. icaro disse:

    CRETINo!!!!!

  3. Na política existe esse tipo de gente disse:

    Sr. Jovem estudante, realmente vc não deve saber quanto custa uma cesta básica, combustível, água, luz e etc. Mas pode es
    perar que ela já bateu na sua porta e devastou toda estrutura na sua casa e de seus familiares. E não terá “jeitinho brasileiro” certo para sanar essa chamada “crise política” impreitada pelos os corruPTos.

  4. Silas Souza Savedra disse:

    Acho que os amigos não entenderam a ideia que quis transmitir com o texto. Vejam que eu não isento e muito menos falo que é legal praticar atitudes antiéticas, eu só falei que nós não temos uma maneira específica de praticar corrupção, esta existe em todo lugar. Minha ideia foi de enaltecer nossa cultura, nosso povo, não tem nada a ver com ideologia partidária. Falei sobre um operário ter chegado à presidência da república por que, de fato, é algo grandioso o feito, não entrei no mérito da questão da qualidade dele omo político, apesar de ser admirador dele,e isso até onde eu sei não é crime, mas no meu texto fui imparcial. Esse antipetismo virou um problema sério, até onde não cabe procura-se falar besteira.

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