Artigo do leitor: “Mudar é preciso”

por Carlos Britto // 09 de dezembro de 2015 às 21:34

luiz eduardoNeste artigo enviado ao Blog, o empresário petrolinense Luiz Eduardo Coelho acredita que uma mudança de ares faria bem ao Brasil.

Confiram:

Em clima de verão e com o carnaval batendo às nossas portas, velhas marchinhas voltam a ser cantadas rememorando dias memoráveis. Uma delas se adapta perfeitamente ao mundo político de hoje. Foi criada em prosa e verso por Gilberto Alves Martins, em 1955 (Recordar é viver).

Ora, as pessoas naturalmente são avessas às mudanças e ao desconhecido, pois implica em saírem da sua zona de conforto. O que é bastante compreensível. Na marchinha de Martins, entretanto, ouve-se que aquilo que se imaginava ter ido embora, “logo depois voltou”.

Nesta mesma toada, ouso dizer que me espanto com as pessoas que temem a queda do governo porque não sabem precisamente o que virá adiante. Não sei se isso as conforta, mas o descobrimento do Novo Mundo foi feito com mapas e rabiscos imprecisos.

O desafio do nosso tempo é infinitamente menor do que o de lançar-se nos mares desconhecidos. Os “mapas” de agora nascem da conversa, do entendimento e da mobilização social. Mesmo se não forem completamente precisos, podem nos recompensar pelo avanço que sinalizam.

Lembro-me que a primeira vez em que nós nos lançamos numa empreitada desta envergadura foi justamente quando Collor estava na Presidência da República. Na sequência dos fatos, Itamar Franco assumiu o governo. O PIB até então era francamente decrescente, a inflação galopante e, para piorar, a poupança estava bloqueada.

Quando Itamar deixou o governo, entretanto, a inflação estava sob controle, o PIB crescia e o Plano Real levava prosperidade ao Brasil inteiro. Em suma prova cristalina de que navegar é preciso. Mesmo que as rotas sejam imprecisas.

Quando um vice-presidente assume em uma situação de crise profunda, como a que estamos vivendo hoje, as condições lhe são mais favoráveis do que as de um presidente eleito – mas desacreditado. A sociedade é mais “tolerante”, o loteamento de cargos é parcialmente suspenso e a disputa política é mitigada. Cria-se um novo estado de espírito.

Para implantar o Plano Real, por exemplo, foi necessário um esforço extraordinário ao se adotar até mesmo medidas recessivas, como o aumento generalizado de impostos. Ora, elas não seriam aceitas em um contexto normal.

A história seguiu, pois, seu rumo democraticamente e com alternância no poder central.
Hoje os brasileiros sabem que o país está no caminho errado, que a economia está em frangalhos e que será preciso realizar reformas profundas – inclusive constitucionais.

Com o período de carência que venha a ser concedido pela população ao novo mandatário, o apoio do PMDB e dos partidos hoje de oposição, se pode realizar rapidamente o conjunto de reformas de que o país necessita.

No documento “Uma ponte para o futuro”, o PMDB de Temer faz o que os brasileiros pedem: resgata os fundamentos do Plano Real e renova a “Carta aos Brasileiros”. Ambos, nesse instante, vêm ao encontro inadiável do equilíbrio fiscal, criando assim um ambiente adequado ao investimento e trazendo de volta a credibilidade às políticas econômicas implementadas até aqui. Que certamente nos permitirão dizer que o desenvolvimento “Logo depois voltou”.

Luiz Eduardo Coelho/Empresário

Artigo do leitor: “Mudar é preciso”

  1. Maria disse:

    Sr. Luiz Eduardo, está esquecendo de fazer na sua análise a grande diferença entre os dois momentos. Há uma grande diferença entre Itamar Franco e o Michel Temer. O Itamar até o momento ninguém apontou falhas no seu comportamento como homem público, o Michel Temer a história dele é cheia de maus comentários e comportamento. Sinceramente o Michel Temer não merece nenhuma confiança. Aliás o PMDB hoje não merece nenhuma confiança. Pois se tornou um partido para abrigar os verdadeiros parasitas do poder público. O verdadeiro PMDB morreu junto com Tancredo Neves, Ulisses Guimarães que ainda resta com Pedro Simon, mas quando esse se aposentar, enterra de vez o partido.
    O PMDB não é partido digno de confiança. Doido é quem apostar nele.

  2. livia disse:

    muito bom o artigo de luiz eduardo.revela uma face do brasil e nos ajuda a compreender melhor. livia

  3. Epaminondas disse:

    Extraordinario o artigo de Luiz Eduardo.Com clareza e muita graça ele nos faz recordar que mudar e possivel!

  4. Hedio disse:

    Quem cantava muito essa marchinha de carnaval era o finado Zecoelho. gostei do texto.

  5. paulo disse:

    Leio o artigo de Luiz Eduardo e o recebo com muita satisfaçao.
    Nos dias de hoje poucas pessoas se dao ao trabalho de produzir pensamentos que nos levem a reflexoes.
    Na maioria das vezes sao apenas opinioes vazias.
    Neste caso e diferente.
    O articulista traça um paralelo entre o pssado e os dias de hoje para nos revelar dentre outras coisas que a politica brasileira pouco tem mudado.
    Para os mais novos,nao deixa de ser uma pequena aula de historia que nos deixa entender que pode se repetir.
    Grata satisfaçao ler algo tao leve ,didatico e inspirador.
    Parabens!

  6. joseilton disse:

    Eu chamo de bando de puxa saco,menos a maria,que eu acredito que seja a única pessoa sana. Michel temer,não e e nunca será um Tancredo Neves,um Ulisses e muito menos um politico a que se confiar,tenho pena desse Luiz Eduardo coelho que eu acredito essa não e sua praia,

  7. paulo disse:

    incrivel como “algumas pessoas” ocupam o seu tempo reclamando das posiçoes dos outros.
    acredito que este espaço e aberto a comentarios sobre o artigo .
    me entristece quando leio ataques pessoais aos demais leitores.
    recomendo a direçao do blog que mudifique as normas de conduta exigidas para publicaçoes.

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