Após tumultos e confrontos, Câmara dos Deputados aprova em regime de urgência votação de projeto dos terceirizados

por Carlos Britto // 08 de abril de 2015 às 09:00

projeto terceirizadosA Câmara dos Deputados aprovou por 316 votos favoráveis o requerimento de urgência que permite ao plenário da Casa apreciar nesta quarta-feira, 8, o Projeto de Lei 4330/2004, regularizando o trabalho terceirizado no País. Houve 166 votos contrários ao projeto e três abstenções à urgência, que foi votada sem o texto final do projeto elaborado relator Arthur Maia (SD-BA). Ele deve apresentar o documento momento antes da votação, marcada para começar às 9h00.

Com a urgência, o projeto pula uma fase: ficou dispensado de passar pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Maia negociou com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, diversos pontos do projeto e acatou pedidos do principal expoente da área econômica.

A proposta que ele colocará em plenário vai determinar, entre outros pontos, que:

– Somente poderão prestar serviço terceirizado empresas especializadas;

– Familiares de empresas contratantes não poderão criar empresa para oferecer serviço terceirizado;

– As empresas contratadas devem pagar 4% do valor do contrato para um seguro que irá abastecer um fundo para pagamento de indenizações trabalhistas;

– As companhias contratantes deverão o que for devido pela empresa terceirizada contratada – INSS, Imposto de Renda (IR), PIS/Pasep, Cofins e CSLL.

Levy tenta, agora, manter as alíquotas máximas desses impostos e tributos para evitar perda de arrecadação. É o caso, de acordo com relato de Maia ao Broadcast Político, da alíquota do INSS, que pode variar de 3,5% a 11%. O relator diz que nas propostas de Levy, as alíquotas estão sempre no teto. “Isso não é correto”, afirmou.

O projeto foi alvo de debate intenso na terça-feira, 7. A equipe econômica teme uma perda relevante de receita com a aprovação do projeto. O PT, partido da presidente, é fortemente contrário ao texto, por entender que ele “acaba com a CLT”. Os empresários, por outro lado, são totalmente favoráveis à proposta. No meio dessa turbulência, que incluiu confrontos entre manifestantes e policiais em Brasília, a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi de votar com celeridade o projeto.

Negociação

Diante de uma longa negociação política e dos confrontos de rua na porta do Congresso, porém, o desejo de Cunha foi adiado para a quarta-feira, 8.

Na prática, o projeto libera a terceirização para todos os setores e empresas, públicas e privadas. Hoje, a terceirização é permitida apenas para as chamadas “atividades-meio” – isto é, uma fábrica de automóveis somente pode contratar terceirizados para serviços de limpeza e alimentação, por exemplo.

Com a aprovação do projeto, a fábrica poderá contratar os metalúrgicos – a “atividade-fim” – de uma empresa que oferece mão de obra terceirizada.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e todos os parlamentares do PT no Congresso são fortemente contrários ao projeto, por entenderem que ele “vai acabar com a CLT”, como disse o deputado Vicentinho (PT-SP).

As negociações do governo foram, no entanto, conduzidas pela área econômica. A visão do Ministério da Fazenda é estritamente fiscal: o governo teme que, com a aprovação do texto, ocorra uma forte migração do emprego formal atual para o terceirizado e, com isso, caia a arrecadação federal. Esse foi o norte das negociações tensas que envolveram a cúpula econômica: o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. (Fonte: Estadão/foto: André Dusek/reprodução)

Após tumultos e confrontos, Câmara dos Deputados aprova em regime de urgência votação de projeto dos terceirizados

  1. Maria do Socorro disse:

    E então 53 milhões de brasileiros que votaram nos comunistas, estão satisfeitos?
    Eu acho é pouco!!

  2. Patricio Emerson disse:

    Um bando de vagabundos, tanto estes vermelhinhos quanto os ditos políticos que com estes lá estavam defendendo-os… APOIO TOTAL A POLÍCIA QUE ESTAVAM TRABALHANDO!!!

  3. iresi disse:

    SE ISSO REALMENTE PASSAR, COMO ESTÁ PARECENDO, A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA VAI VIRAR UM CABIDE DE EMPREGOS ELEITOREIROS, POIS NÃO MAIS FARÃO CONCURSOS PARA ACESSO AOS EMPREGOS DE CHESF, FACAPE, PETROBRÁS, BB, CEF, POR EXEMPLO… EM POUCO SURGIRÁ UM PROJETO PARA ABRANGER A ADMINISTRAÇÃO DIRETA… AÍ AMIGO… ADEUS CONCURSO PÚBLICO… ADEUS DEMOCRACIA NO ACESSO AOS CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS…
    ONDE ESTÃO OS ALIENADOS QUE PROTESTARAM CONTRA OS 0,20 CENTAVOS DE AUMENTO NAS PASSAGENS DOS ÔNIBUS???? SÓ PROTESTARAM PORQUE POR TRÁS HAVIA UM GRUPO POLÍTICO?!?!?
    ESTES MARGINAIS… DEPUTADOS E SENADORES (GRANDE MAIORIA)… ESTÃO LEVANDO TODO DINHEIRO DA SAÚDE, DA EDUCAÇÃO, DA SEGURANÇA… E, QUANDO REALMENTE PRECISAMOS PROTESTAR E IMPEDIR QUE ELES CONTINUEM… FICAM TODOS INERTES!!! VERGONHA!!!!

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