Após estupro coletivo contra adolescente de 16 anos no Rio, Temer anuncia departamento na PF para combater crimes contra mulheres

por Carlos Britto // 27 de maio de 2016 às 18:32

estuproO presidente interino, Michel Temer, divulgou hoje (27) nota de repúdio ao estupro de uma jovem de 16 anos, no último fim de semana, no morro São José Operário, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo com o relato da jovem à polícia, ela teria sido violentada por 33 homens. Na mesma nota, Temer diz que irá criar um departamento na Polícia Federal para investigar crimes contra a mulher.

É um absurdo que, em pleno século 21, tenhamos que conviver com crimes bárbaros como esse”, avaliou Temer. O comunicado destaca que o Ministério da Justiça e Cidadania convocou uma reunião para a próxima terça-feira (31) com secretários de segurança pública de todo o país em uma tentativa de combater a violência contra mulheres.

Ainda segundo Temer, será criado um departamento na Polícia Federal – semelhante à Delegacia da Mulher da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo – para agrupar informações estaduais e coordenar ações em todo país. Quando atuou como secretário de Segurança do governo de São Paulo, Michel Temer instituiu a primeira Delegacia da Mulher no Brasil.

“Nosso governo está mobilizado, juntamente à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, para apurar as responsabilidades e punir com rigor os autores do estupro e da divulgação do ato criminoso nas redes sociais”, concluiu o presidente interino. No momento, quatro dos 33 acusados de terem estuprado a garota – segundo relato da própria vítima – já foram identificados. Um é o rapaz que tinha um relacionamento com a jovem, e o quarto identificado aparece no vídeo ao lado da garota.

Mais cedo, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, divulgou nota de repúdio ao estupro. No comunicado, o ministro afirma repudiar veementemente o que chamou de crime hediondo praticado contra a adolescente. O estupro, na avaliação de Moraes, representa a maior violência à dignidade da mulher e deve ser duramente reprimido.

Piauí

No Piauí, a Polícia Civil também investiga caso de estupro coletivo, com a participação de pelo menos cinco pessoas que teriam violentado uma adolescente de 17 anos no município de Bom Jesus na última sexta-feira (20). Até o momento, quatro menores de idade e um rapaz foram presos suspeitos de participação no crime. De acordo com a corporação, a jovem foi encontrada amarrada em uma obra abandonada. A vítima precisou receber atendimento médico, mas já recebeu alta. Após uma briga com o namorado, ela teria ingerido bebida alcoólica e os suspeitos se aproveitaram do momento para cometer o crime.

Em nota divulgada ontem (26), a ONU Mulheres Brasil se solidarizou com a jovem e com a adolescente de 16 anos também vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro. No comunicado, a entidade pede ao Poder Público dos dois estados que seja incorporada a perspectiva de gênero na investigação, no processo e no julgamento dos casos. A organização também pede à sociedade brasileira “tolerância zero” a todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização.

Banda baiana

Em 2012, na cidade de Ruy Barbosa (BA), duas adolescentes – uma de 15 e outra de 16 anos – foram estupradas por nove integrantes da banda New Hit. O estupro ocorreu dentro do ônibus da banda, no momento em que as adolescentes solicitaram autógrafos e queriam parabenizar o vocalista pelo seu aniversário. Os atos foram investigados e comprovados pela polícia, inclusive por laudo pericial, e devidamente denunciados pelo Ministério Público do Estado da Bahia. Os exames periciais de corpo de delito apontaram para a presença do material genético dos integrantes da banda baiana nas adolescentes. (com informações da Agência Brasil/foto ilustração)

Após estupro coletivo contra adolescente de 16 anos no Rio, Temer anuncia departamento na PF para combater crimes contra mulheres

  1. Maria disse:

    Não adianta criar delegacias, colocar delegacias em cada esquina de cada canto do País, sem educação familiar, escolar e social, continuará acontecendo essa violência.

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