Análise descarta presença de vírus da febre amarela em macacos encontrados mortos na Região Metropolitana do Recife

por Carlos Britto // 22 de janeiro de 2020 às 13:50

Foto: SMS/Superitendência de Comunicação reprodução

A Secretaria de Saúde de Pernambuco descartou a hipótese de que os macacos saguis encontrados mortos em dois condomínios em Aldeia, no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR), tenham sido infectados com o vírus da febre amarela. Os materiais biológicos dos animais recolhidos foram analisados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, e pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) em parceria com o Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE. Todos deram negativo para febre amarela.

Outras doenças foram analisadas. Das amostras, três foram positivadas apenas para zika, duas para zika e herpes e uma apenas para herpes. O órgão estadual destacou que a presença dos vírus não significa que essa foi a causa da morte dos primatas.

Dessa forma, a pasta continuará investigando outras causas possíveis para os óbitos.

Entre 26 de dezembro de 2019 e 07 de janeiro de 2020, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi notificada da ocorrência de 17 macacos mortos em dois condomínios de Aldeia, em Camaragibe. Do total de animais notificados, em seis houve condições de coleta de material biológico para análise em dois laboratórios.

Apoio

A SES-PE ressaltou ter dado todo o apoio técnico e de infraestrutura ao município de Camaragibe, auxiliando na coleta dos animais, realizando treinamento e palestras educativas com os profissionais da cidade e com a população da área afetada e apoiando a vacinação na localidade. Também foram realizadas coletas de mosquitos para análise.

Não são registrados casos autóctones de febre amarela desde 1938 em Pernambuco. Destaca-se também que os macacos não transmitem a doença para os humanos, sendo apenas vítimas do vírus e servindo como importantes agentes sentinelas, que alertam as autoridades sanitárias sobre a circulação do vírus. Desde 2017 o Estado realiza a vigilância em epizootia para monitorar o adoecimento ou a mortalidade de primatas não humanos e, a partir de então, não há nenhum óbito desses animais no Estado relacionado a febre amarela. Não se deve alimentar animais silvestres e, de forma alguma, maltratá-los. Importante frisar que matar macaco é um crime previsto em lei, com sanções como prisão e pagamento de multa.

Vacinação

Neste mês, a vacinação contra a febre amarela entrou na rotina de imunização de 43 cidades que compõem a 3ª e 5ª Gerências Regionais de Saúde (Geres), com sede em Palmares, na Mata Sul, e Garanhuns, no Agreste Meridional de Pernambuco, respectivamente. A determinação de ampliar e incluir a vacina de forma rotineira é uma proposta do Ministério da Saúde (MS) para todo o Brasil. A proteção é voltada para crianças de 9 meses até adultos de 59 anos. Neste primeiro momento, mais de 1 milhão de pessoas já podem se vacinar contra a febre amarela. A partir de março de 2020, a expansão acontecerá para todo o estado de Pernambuco, totalizando 8,4 milhões de pessoas beneficiadas. Essa ação busca manter a população protegida contra a doença e, com isso, evitar a reintrodução do vírus em solo pernambucano.

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