Aliado de primeira hora do prefeito de Petrolina Miguel Coelho (PSB), o líder governista na Casa Plínio Amorim, Aero Cruz (PSB), jogou panos quentes numa insatisfação de outros integrantes da base em relação à reforma administrativa do Legislativo para o próximo biênio (2019/20). A gota d’água teria sido o convite feito pelo presidente da Mesa Diretora, Osório Siqueira (PSB), a Aero, para que fizesse parte da comissão que cuida da reforma – que já conta com nomes como Paulo Valgueiro (MDB) e Gilberto Melo (PP).

A reunião aconteceu recentemente num hotel da cidade, com 22 dos 23 vereadores, e durou praticamente o dia inteiro. Apenas Gabriel Menezes (PSL) não participou. Um dos que demonstraram publicamente seu aborrecimento foi o vereador e ex-líder da bancada de Governo, Ruy Wanderley (PSC), que escancarou o assunto no plenário da Casa.

Ruy alega que, após a reunião, ficaram definidos os nomes que comporiam a comissão da reforma, mas um dia depois esses nomes foram trocados. Aero minimizou a questão. Ele explicou que a prerrogativa de escolher os integrantes da comissão é do presidente da Mesa Diretora, o qual havia poderia escolher até sete vereadores, mas deixou claro que designaria apenas quatro: o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o de Finanças e os dois líderes das bancadas.

Outro que teria se chateado foi Manoel da Acosap (PTB), por ter sido substituído por Gilberto Melo (PP). Aero descartou, no entanto, que essa troca poderia ser influência de Miguel. “Eu nem conversei com o prefeito ainda sobre essa questão (…)não há intervenção nenhuma (de Miguel). Acredito que o que faltou foi comunicação. Se foi feita uma outra comissão, os vereadores deveriam ter sido informados”, avaliou Aero, sem entrar em rota de colisão com Osório.

Papel

Em que pesem as lamentações de alguns, o líder governista disse que o mais importante é o papel da comissão, a qual ficará responsável por elaborar uma minuta do projeto de lei referente à reforma administrativa. Esse documento será redigido, conforme Aero, juntamente com o corpo jurídico e técnico da Casa para, em seguida, ser entregue aos demais vereadores e votado em plenário. “É um direito do vereador Ruy Wanderley, que já presidiu esta Casa, reclamar do presidente por não ter sido contemplado. Só não acho adequado é que, numa sessão em que estamos discutindo a questão do concurso público, matadouro, avanços do governo na cidade, entrarmos num assunto administrativo, que já foi discutido”, finalizou.